Por discurso mais duro, PSDB troca marketing
Aécio Neves deverá adotar um discurso mais incisivo de oposição ao governo
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2013 às 08h58.
Brasília - Com o fim do contrato do marqueteiro do PSDB , Renato Pereira, que vence no fim do mês e não será renovado, o provável candidato à Presidência pela sigla, senador Aécio Neves (MG), adotará um discurso mais incisivo de oposição ao governo.
A mudança já foi notada ontem, ao lançar um roteiro com diretrizes para a campanha de 2014 com um tom mais crítico à presidente Dilma Rousseff e ao PT.
Havia uma diferença primordial na visão de Pereira e de Aécio sobre a construção do "personagem político" do futuro candidato a presidente. Pereira defendia um Aécio que não fosse raivoso, e sim generoso e terno, que se diferenciasse da prática da "velha política" pautada por ataques.
O marqueteiro acreditava que o tucano poderia dialogar com os eleitores que foram às ruas em junho e se apresentar como um político mais descolado.
Mas tanto Aécio quanto membros do PSDB apostam que a sigla precisa ter um tom mais crítico, de oposição ferrenha ao governo atual. Acreditam que devem poupar apenas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as conquistas sociais do PT.
Além disso, para a cúpula tucana, os programas de rádio e TV feitos por Pereira não surtiram o efeito esperado nas pesquisas de intenção de voto.
Embora Aécio tenha estrelado todas as peças veiculadas em cadeia nacional, o senador segue com níveis abaixo do esperado pela sigla - no Ibope, em novembro, ele obteve 14%. Um índice mais alto poderia justificar a renovação do acordo.
O partido não pretende designar um novo marqueteiro tão cedo. O publicitário Nizan Guanaes vai ajudar informalmente.
Paulo Vasconcelos, marqueteiro das campanhas de Aécio e do PSDB em Minas, disse ontem que não foi procurado, mas não descartou a possibilidade. "Se eu tenho alguma opinião para dar, não passa de afeto, de amizade, mas não há nenhuma rotina profissional nossa há dois anos."
O rompimento entre Aécio e Pereira foi divulgado ontem pelo jornal Folha de S. Paulo.
Outro ponto de atrito foi o "excesso de palpites" de membros do PSDB à propaganda partidária, segundo interlocutores de Pereira. Inclusive o da irmã do tucano, a presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social de Minas Gerais (Servas), Andrea Neves, uma de suas principais conselheiras.
Para os tucanos, isso é solução, e não problema. Na campanha passada, o então candidato José Serra era muito afinado com o marqueteiro Luiz Gonzales. Na prática, significava que palpites do partido não eram ouvidos. Aécio, ao dar espaço para colegas de legenda, conseguiu angariar apoio em torno de seu nome.
Vice-presidente do PSDB, o senador Cássio Cunha Lima (PB) se queixou de uma gafe em uma das peças produzidas pela equipe de Pereira. "Parece uma coisa pequena, mas é inadmissível ter passado um erro na propaganda de TV em que a van conduzida por Aécio comete uma infração de trânsito."
Na peça, o veículo faz uma ultrapassagem proibida. Outro fator de desgaste foi a ausência de Pereira em evento do PSDB em Poços de Caldas (MG), no mês passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Brasília - Com o fim do contrato do marqueteiro do PSDB , Renato Pereira, que vence no fim do mês e não será renovado, o provável candidato à Presidência pela sigla, senador Aécio Neves (MG), adotará um discurso mais incisivo de oposição ao governo.
A mudança já foi notada ontem, ao lançar um roteiro com diretrizes para a campanha de 2014 com um tom mais crítico à presidente Dilma Rousseff e ao PT.
Havia uma diferença primordial na visão de Pereira e de Aécio sobre a construção do "personagem político" do futuro candidato a presidente. Pereira defendia um Aécio que não fosse raivoso, e sim generoso e terno, que se diferenciasse da prática da "velha política" pautada por ataques.
O marqueteiro acreditava que o tucano poderia dialogar com os eleitores que foram às ruas em junho e se apresentar como um político mais descolado.
Mas tanto Aécio quanto membros do PSDB apostam que a sigla precisa ter um tom mais crítico, de oposição ferrenha ao governo atual. Acreditam que devem poupar apenas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as conquistas sociais do PT.
Além disso, para a cúpula tucana, os programas de rádio e TV feitos por Pereira não surtiram o efeito esperado nas pesquisas de intenção de voto.
Embora Aécio tenha estrelado todas as peças veiculadas em cadeia nacional, o senador segue com níveis abaixo do esperado pela sigla - no Ibope, em novembro, ele obteve 14%. Um índice mais alto poderia justificar a renovação do acordo.
O partido não pretende designar um novo marqueteiro tão cedo. O publicitário Nizan Guanaes vai ajudar informalmente.
Paulo Vasconcelos, marqueteiro das campanhas de Aécio e do PSDB em Minas, disse ontem que não foi procurado, mas não descartou a possibilidade. "Se eu tenho alguma opinião para dar, não passa de afeto, de amizade, mas não há nenhuma rotina profissional nossa há dois anos."
O rompimento entre Aécio e Pereira foi divulgado ontem pelo jornal Folha de S. Paulo.
Outro ponto de atrito foi o "excesso de palpites" de membros do PSDB à propaganda partidária, segundo interlocutores de Pereira. Inclusive o da irmã do tucano, a presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social de Minas Gerais (Servas), Andrea Neves, uma de suas principais conselheiras.
Para os tucanos, isso é solução, e não problema. Na campanha passada, o então candidato José Serra era muito afinado com o marqueteiro Luiz Gonzales. Na prática, significava que palpites do partido não eram ouvidos. Aécio, ao dar espaço para colegas de legenda, conseguiu angariar apoio em torno de seu nome.
Vice-presidente do PSDB, o senador Cássio Cunha Lima (PB) se queixou de uma gafe em uma das peças produzidas pela equipe de Pereira. "Parece uma coisa pequena, mas é inadmissível ter passado um erro na propaganda de TV em que a van conduzida por Aécio comete uma infração de trânsito."
Na peça, o veículo faz uma ultrapassagem proibida. Outro fator de desgaste foi a ausência de Pereira em evento do PSDB em Poços de Caldas (MG), no mês passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.