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"Populista e pouco responsável", diz Doria sobre desafio de Bolsonaro

Bolsonaro responsabilizou estados pela alta do preço nos combustíveis e desafiou governadores a acabarem com impostos

João Doria: para Doria, o presidente da República não pode "jogar no colo" dos governadores a responsabilidade (Valter Campanato/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de fevereiro de 2020 às 14h42.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2020 às 14h55.

Brasília — O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu o "desafio" feito pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, em torno do preço dos combustíveis. O tucano chamou de "populista e pouco responsável" a atitude do chefe do Planalto, de cobrar dos Estados a redução do ICMS sobre o produto.

Mais cedo, Bolsonaro voltou a responsabilizar os Estados pela alta do preço nos combustíveis. "Eu zero o (imposto) federal, se zerar ICMS. Está feito o desafio aqui. Eu zero o (imposto) federal hoje e eles (governadores) zeram ICMS. Se topar, eu aceito. Está ok?", afirmou.

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O comentário foi uma reação a críticas de governadores sobre a intenção do governo federal de alterar a forma de cobrança de ICMS sobre a gasolina e o diesel.

Na sequência, após reuniões com senadores do PSDB em Brasília, Doria devolveu. "Na base da bravata, a bravata me lembra populismo, populismo me lembra algo ruim para o Brasil", disse o tucano, afirmando que os governadores poderiam, mas não foram chamados para um diálogo com Bolsonaro sobre o assunto.

Para Doria, o presidente da República não pode "jogar no colo" dos governadores a responsabilidade, pois a União tem incidência maior no preço dos combustíveis. "Mas a imposição aos governadores dos Estados brasileiros do que cabe a eles, a responsabilidade na redução do ICMS e consequentemente do preço dos combustíveis, é uma atitude populista e ao meu ver pouco responsável."

O preço dos combustíveis marca mais uma disputa de discursos entre Jair Bolsonaro e João Doria, possíveis adversários na disputa presidencial de 2022.

"Entendimento se faz reunindo, agrupando, não se faz por WhatsApp. Eu não conheço governo por WhatsApp", provocou o governador.

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