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Poluição sem fronteiras — Brasil é o 4º país que mais gera lixo plástico
País gera 11,3 milhões de toneladas de lixo plástico por ano, atrás dos EUA, China e Índia. Parte termina em aterros e lixões, e outra sequer é coletada
Modo escuro
(Yegor Aleyev/Getty Images)
Publicado em 5 de março de 2019 às, 07h45.
Última atualização em 5 de março de 2019 às, 07h45.
São Paulo - A cada ano, cerca de 10 milhões de toneladas de plásticos chegam aos oceanos, o que equivale à 23 mil aeronaves Boeing 747 pousando nos ecossistemas marinhos. Nesse ritmo, até 2030, o lixo plástico será praticamente onipresente nos oceanos, com volume equivalente a 26 mil garrafas de 500 ml de água a cada km².
Os dados alarmantes, divulgados nesta terça-feira (05), fazem parte de um relatório da organização ambiental WWF International, o "Global Plastics Report", que faz um raio X do impacto do plástico no meio ambiente, na economia e na sociedade.
Sinônimo de praticidade e resistência, o plástico se tornou tão útil na vida moderna a ponto de ser encontrado por todos os lados, até onde não deveria. Estudos científicas demonstram que vasta presença do material em produtos cotidianos — de embalagens a cosméticos, passando por roupas e artigos domésticos — associada à má gestão dos resíduos têm contribuído para uma poluição sem precedentes no meio ambiente, e que não respeita fronteiras.
A contaminação das águas dos oceanos por detritos do material é um dos efeitos mais estudados pelos cientistas. Além de atingir as remotas águas do Polo Norte e as regiões mais profundas dos oceanos, micropartículas do material são encontradas até mesmo na água potável que é servida à população em vários países do mundo.
Maiores geradores de resíduos plásticos
O relatório da WWF compila números do Banco do Mundial e analisa a relação de mais de 200 países com o plástico. Na lista de maiores geradores de resíduos do material, o Brasil aparece em 4º lugar, com 11,3 milhões de toneladas produzidas anualmente, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia. Em média, o brasileiro produz 1 quilo de lixo plástico a cada semana.
Para piorar, o país só recicla 1,28% do total produzido, um dos menores índices da pesquisa e bem abaixo da média global de reciclagem plástica que é de 9%. No Brasil, segundo dados do Banco Mundial, mais de 2,4 milhões de toneladas de plástico são descartadas de forma irregular, sem qualquer tipo de tratamento, em lixões a céu aberto. Outras 7,7 milhões de toneladas são destinadas a aterros sanitários.
Em fevereiro, o WWF lançou uma petição global pedindo um acordo legalmente vinculativo sobre a poluição dos plásticos marinhos.
Confira na tabela abaixo os 10 países que mais geram resíduos plásticos (em toneladas/ano) e a destinação final dos rejeitos:
País |
Total de lixo plástico gerado |
Total incinerado |
Total reciclado |
Relação produção e reciclagem |
Estados Unidos |
70.782.577 |
9.060.170 |
24.490.772 |
34,60% |
China |
54.740.659 |
11.988.226 |
12.000.331 |
21,92% |
Índia |
19.311.663 |
14.544 |
1.105.677 |
5,73% |
Brasil |
11.355.220 |
0 |
145.043 |
1,28% |
Indonésia |
9.885.081 |
0 |
362.070 |
3,66% |
Rússia |
8.948.132 |
0 |
320.088 |
3,58% |
Alemanha |
8.286.827 |
4.876.027 |
3.143.700 |
37,94% |
Reino Unido |
7.994.284 |
2.620.394 |
2.513.856 |
31,45% |
Japão |
7.146.514 |
6.642.428 |
405.834 |
5,68% |
Canadá |
6.696.763 |
207.354 |
1.423.139 |
21,25% |
Problemas e soluções
Os detritos plásticos são contaminantes complexos e persistentes do ponto de vista ambiental. O plástico é quase indestrutível e, no meio ambiente, só se divide em partes menores, até mesmo em partículas de escala nanométrica (um milésimo de um milésimo de milímetro). Ainda assim, a natureza é incapaz de "digeri-lo".
Independentemente do tamanho do detrito, os plásticos muitas vezes contêm uma ampla gama de substâncias químicas usadas para alterar suas propriedades ou cores e muitas delas têm características tóxicas ou de desregulação endócrina (imitam hormônios capazes de interferir no sistema endócrino). Esse materiais também podem atrair outros poluentes, incluindo dioxinas, metais e alguns pesticidas.
No meio ambiente natural, os plásticos apresentam inúmeras ameaças ecológicas, como a inibição da capacidade reprodutiva dos animais, o bloqueio dos tratos digestivos daqueles que o ingerem e a transferência de poluentes para esses animais e seus predadores. Tartarugas marinhas, caranguejos e aves costumam ser vítimas fáceis.
Nada disso sai barato. A poluição por plástico gera mais de US$ 8 bilhões de prejuízo à economia global, segundo levantamento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Os principais setores afetados são o pesqueiro, comércio marítimo e turismo.
Não precisa ser assim. É possível transformar o problema em oportunidades, com benefícios para o Planeta e os negócios. De um lado, será preciso reduzir, sim, o consumo de plástico virgem (plástico novo) e, de outro, estruturar uma cadeia circular de valor para o plástico, aponta o estudo.
Reduzir o consumo de plástico resulta em mais opções de materiais que sirvam como opção ao plástico virgem, garantindo que seu preço reflita seu custo na natureza e, assim, desencorajando o modelo de uso único. Já a criação de uma cadeia de valor do plástico demanda maior e melhor coleta e tratamento dos resíduos (evitando contaminação que impeça a reciclagem).
O estudo reitera a importancia de responsabilização do produtor pelo descarte dos materiais e defende a aplicação de taxas de coletas mais elevadas para encorajar as empresas a buscar materiais mais limpos desde seu design até o descarte. Um sistema de separação e tratamento do lixo plástico que envolva as empresas produtora ajudaria a viabilizar sistemas de reciclagem que garantam mais uniformidade e volume do material, facilitando assim o reuso do plástico.
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