Política externa é tema de reuniões de Bolsonaro com embaixadores
Nesta quinta-feira, o presidente eleito se reúne com o embaixador da Espanha no Brasil e, mais tarde, com o embaixador dos Estados Unidos no Brasil
Agência Brasil
Publicado em 1 de novembro de 2018 às 07h41.
A agenda do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), no Rio de Janeiro, inclui nesta quinta-feira (1º) o tema política externa. Inicialmente, ele se reúne com o embaixador da Espanha no Brasil, Manuel de la Comara Hermoso. Depois, à tarde, será a vez de conversar com o embaixador dos Estados Unidos (EUA) no Brasil, P. Michael McKinley.
Com forte representação na União Europeia, a Espanha é um parceiro importante para o Brasil, no momento em que o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, suspensa temporariamente) tenta negociar um acordo de cooperação com o bloco europeu.
Em processo de articulação há 18 anos, o acordo envolve mais de 300 pontos e várias divergências. As dificuldades principais cercam os setores automotivo, de propriedade intelectual, em especial as regras de patentes de medicamentos, indicações geográficas e os serviços marítimos
EUA
No caso dos Estados Unidos (EUA), o embaixador P. Michael McKinley está deixando Brasília para assumir de forma definitiva as funções de assessor do chefe do Departamento de Estado norte-americano, Mike Pompeo.
Há três meses, P. Michael McKinley acumula as funções de embaixador no Brasil e também de assessor de Pompeo. Ontem (31), seguranças norte-americanos estiveram no condomínio onde mora Bolsonaro para verificar o local e observar eventuais ameaças e riscos.
Afinidade
Em várias entrevistas concedidas após as eleições, Bolsonaro disse ter admiração pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e que irá aos Estados Unidos. Ele pretende viajar na companhia do general da reserva Augusto Heleno, confirmado para a pasta da Defesa, e de Paulo Guedes, que assumirá o superministério da Economia.
Trump e Bolsonaro conversaram por telefone após o resultado das eleições. Nos Estados Unidos, o presidente eleito disse que quer tratar de acordos na área militar, negociações comerciais e questões regionais. Assim como o norte-americano, Bolsonaro é crítico do governo de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela.
Há ainda a preocupação com a Nicarágua, que desde abril vive em clima de confronto entre civis e agentes do Estado. As manifestações são rotineiras e há denúncias de desrespeito aos direitos humanos e à liberdade de expressão.
No último dia 29, logo após a eleição, Pompeo telefonou para Bolsonaro para parabenizá-lo. Em nota, o Departamento de Estado reiterou a parceria entre os dois países.