Policial diz que ONGs aceitam delatar esquema
Dias disse que o esquema incluía o pagamento, pelas ONGs, de um "pedágio" de 10 a 20% para um escritório de consultoria
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2011 às 20h13.
Brasília - Em novo depoimento de mais de quatro horas à Polícia Federal (PF), na tarde de hoje, o policial militar João Dias informou que pelo menos vinte Organizações Não Governamentais aceitaram delatar o esquema de arrecadação de propina que o PCdoB teria montado no Ministério do Esporte com entidades conveniadas ao programa Segundo Tempo e outras ações da Pasta. As entidades, segundo ele, vão depor nos próximos dias.
Dias disse que o esquema incluía o pagamento, pelas ONGs, de um "pedágio" de 10 a 20% para um escritório de consultoria e a contratação dos serviços de um cartel de seis empresas indicadas pela cúpula do Ministério do Esporte, ligadas ao PCdoB. Pelo menos 20% de todo o dinheiro dos convênios firmados com 300 ONGs, conforme o policial, eram desviados e parte ia para financiar a estruturação do partido e campanhas de candidatos. "Fui vítima de chantagem e retaliações porque não aceitei as condições absurdas que me exigiam", afirmou.
Além dessas ONGs, o policial deu à PF os nomes de outras dez entidades que, segundo garante, aceitaram condições irregulares para obter recursos do programa. Segundo ele, as ONGs, para receber os recursos do programa Segundo Tempo e não serem molestadas na prestação de contas, tinham de comprar produtos e serviços de um "pool" de seis empresas: Infinita Comércio, Linha Direta, JG, Transnutre, HS e Capte Comércio.
Para a imprensa, na saída do depoimento, ele deu os nomes de cinco ONGs de Brasília - Liga de Futebol Society; Associação Nossa Senhora Imaculada; Instituto Novo Horizonte; Fundação Toni Matos; e a Associação Gomes de Matos, além de uma do Rio, a Fundação Viva Rio, e uma de Santa Catarina, o Instituto Contato. Sua lista inclui três entidades da Bahia, mas ele não revelou os nomes.
O policial garantiu que o ministro Orlando Silva sabia de todo o esquema, que seria operado pelos seus principais auxiliares na Pasta, entre os quais o chefe de gabinete, o secretário executivo, o secretário nacional de Esportes Educacionais e os chefes de áreas técnicas e jurídica.
Ele disse ter entregue à PF documentos novos, 13 áudios e outras mídias, como CDs, que comprovariam os desvios de recursos públicos. Entre as mídias, ele disse que estão dois áudios, publicados pela revista Veja nesse fim de semana, nos quais dirigentes do Ministério instruem o policial a fraudar documentos de prestação de contas de dois convênios firmados com a Pasta por meio de duas ONGs que ele dirige.
Ele disse ainda que nenhum dos áudios e mídias contém imagem ou voz do ministro, mas observou que seria impossível que ele não soubesse do esquema. "Se ele não sabia, como alega, não devia se considerar ministro porque as exigências eram feitas por assessores diretos e em nome dele", afirmou. "O próprio secretário executivo dele me atendeu para dar instruções em nome do ministro", garantiu. A PF não divulgou o teor do depoimento e informou, pela assessoria, que ainda não fechou o calendário de intimações. O depoimento não teve a presença dos advogados do policial.
Brasília - Em novo depoimento de mais de quatro horas à Polícia Federal (PF), na tarde de hoje, o policial militar João Dias informou que pelo menos vinte Organizações Não Governamentais aceitaram delatar o esquema de arrecadação de propina que o PCdoB teria montado no Ministério do Esporte com entidades conveniadas ao programa Segundo Tempo e outras ações da Pasta. As entidades, segundo ele, vão depor nos próximos dias.
Dias disse que o esquema incluía o pagamento, pelas ONGs, de um "pedágio" de 10 a 20% para um escritório de consultoria e a contratação dos serviços de um cartel de seis empresas indicadas pela cúpula do Ministério do Esporte, ligadas ao PCdoB. Pelo menos 20% de todo o dinheiro dos convênios firmados com 300 ONGs, conforme o policial, eram desviados e parte ia para financiar a estruturação do partido e campanhas de candidatos. "Fui vítima de chantagem e retaliações porque não aceitei as condições absurdas que me exigiam", afirmou.
Além dessas ONGs, o policial deu à PF os nomes de outras dez entidades que, segundo garante, aceitaram condições irregulares para obter recursos do programa. Segundo ele, as ONGs, para receber os recursos do programa Segundo Tempo e não serem molestadas na prestação de contas, tinham de comprar produtos e serviços de um "pool" de seis empresas: Infinita Comércio, Linha Direta, JG, Transnutre, HS e Capte Comércio.
Para a imprensa, na saída do depoimento, ele deu os nomes de cinco ONGs de Brasília - Liga de Futebol Society; Associação Nossa Senhora Imaculada; Instituto Novo Horizonte; Fundação Toni Matos; e a Associação Gomes de Matos, além de uma do Rio, a Fundação Viva Rio, e uma de Santa Catarina, o Instituto Contato. Sua lista inclui três entidades da Bahia, mas ele não revelou os nomes.
O policial garantiu que o ministro Orlando Silva sabia de todo o esquema, que seria operado pelos seus principais auxiliares na Pasta, entre os quais o chefe de gabinete, o secretário executivo, o secretário nacional de Esportes Educacionais e os chefes de áreas técnicas e jurídica.
Ele disse ter entregue à PF documentos novos, 13 áudios e outras mídias, como CDs, que comprovariam os desvios de recursos públicos. Entre as mídias, ele disse que estão dois áudios, publicados pela revista Veja nesse fim de semana, nos quais dirigentes do Ministério instruem o policial a fraudar documentos de prestação de contas de dois convênios firmados com a Pasta por meio de duas ONGs que ele dirige.
Ele disse ainda que nenhum dos áudios e mídias contém imagem ou voz do ministro, mas observou que seria impossível que ele não soubesse do esquema. "Se ele não sabia, como alega, não devia se considerar ministro porque as exigências eram feitas por assessores diretos e em nome dele", afirmou. "O próprio secretário executivo dele me atendeu para dar instruções em nome do ministro", garantiu. A PF não divulgou o teor do depoimento e informou, pela assessoria, que ainda não fechou o calendário de intimações. O depoimento não teve a presença dos advogados do policial.