Policial diz que houve confronto com presos no Carandiru
O coronel Arivaldo Sérgio Salgado foi o primeiro réu a ser ouvido no julgamento, antes que seu advogado, Celso Vendramini, decidisse abandonar o plenário
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2014 às 18h05.
Antes da terceira etapa do julgamento do Carandiru ter sido dissolvida, o coronel da Polícia Militar Arivaldo Sérgio Salgado, que comandava a tropa do Comando de Operações Especiais (COE) no dia em que houve o massacre na Casa de Detenção, foi interrogado pelos promotores Márcio Friggi de Carvalho e Eduardo Olavo Canto Neto.
O coronel foi o primeiro réu a ser ouvido no julgamento, antes que seu advogado, Celso Vendramini, decidisse abandonar o plenário, provocando a suspensão do julgamento.
Salgado é um dos 15 réus acusados pela morte de oito detentos que ocupavam o quarto pavimento (terceiro andar) do Pavilhão 9, da extinta Casa de Detenção do Carandiru, em São Paulo. No dia 2 de outubro de 1992, 111 detentos foram mortos durante uma operação da Polícia Militar para reprimir uma briga que ocorria no Pavilhão.
Enquanto era interrogado, o policial disse que houve confronto entre policiais e detentos no local. Segundo ele, enquanto sua tropa adentrava no pavilhão, “encontrou resistência em cada corredor” pelo qual passou.
Salgado contou que, naquele dia, sua tropa, composta por 16 homens (um deles morreu e por isso não é réu no processo) chegou ao local e ficou parada em frente a um portão de ferro que dava acesso ao Pavilhão 9.
Antes que os policiais entrassem no local, tendo o batalhão da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) à frente, houve, segundo ele, uma tentativa de negociação com os presos, sem sucesso.
Salgado disse que o coronel Luiz Nakaharada, que comandava o Terceiro Batalhão de Choque na época do massacre, pegou um megafone e gritou para os detentos: “Gente, calma. A Tropa de Choque está aqui. Vamos tentar negociar”. Mas em resposta, disse Salgado, houve gritos e vaias.
Com isso, disse, os policiais entraram no local. “No térreo, já tinham alguns corpos [de detentos, mortos pelos próprios detentos]”, falou.
Durante a subida para os pavimentos, os policiais encontraram barricadas feitas pelos presos. Na escada que levava ao quarto pavimento, onde sua tropa atuou, ele disse que dispararam contra os policias. “E aí teve o revide para a gente conseguir chegar ao quarto pavimento”, disse. Salgado contou ter feito, naquela ocasião, cinco disparos de um revólver calibre 38.
Indagado pelo promotor se, logo que entrou no Pavilhão 9 ele teria visto mais de 50 corpos estendidos no pátio, Salgado negou, dizendo ter visto somente cerca de “cinco ou seis corpos”.
Isso trouxe uma contradição ao depoimento prestado na manhã de hoje pelo ex-agente penitenciário Francisco Carlos Leme, arrolado como testemunha de acusação, que contou ter visto 75 corpos estendidos no chão antes da entrada da Polícia Militar.
Logo após Salgado negar ter visto os corpos, seu advogado interrompeu o interrogatório que era conduzido pelos promotores, reclamando da conduta do juiz e anunciando sua saída do plenário.
O depoimento de Salgado teve início por volta das 14h50 de hoje e foi interrompido às 16h, com a saída de seu advogado.
Antes da terceira etapa do julgamento do Carandiru ter sido dissolvida, o coronel da Polícia Militar Arivaldo Sérgio Salgado, que comandava a tropa do Comando de Operações Especiais (COE) no dia em que houve o massacre na Casa de Detenção, foi interrogado pelos promotores Márcio Friggi de Carvalho e Eduardo Olavo Canto Neto.
O coronel foi o primeiro réu a ser ouvido no julgamento, antes que seu advogado, Celso Vendramini, decidisse abandonar o plenário, provocando a suspensão do julgamento.
Salgado é um dos 15 réus acusados pela morte de oito detentos que ocupavam o quarto pavimento (terceiro andar) do Pavilhão 9, da extinta Casa de Detenção do Carandiru, em São Paulo. No dia 2 de outubro de 1992, 111 detentos foram mortos durante uma operação da Polícia Militar para reprimir uma briga que ocorria no Pavilhão.
Enquanto era interrogado, o policial disse que houve confronto entre policiais e detentos no local. Segundo ele, enquanto sua tropa adentrava no pavilhão, “encontrou resistência em cada corredor” pelo qual passou.
Salgado contou que, naquele dia, sua tropa, composta por 16 homens (um deles morreu e por isso não é réu no processo) chegou ao local e ficou parada em frente a um portão de ferro que dava acesso ao Pavilhão 9.
Antes que os policiais entrassem no local, tendo o batalhão da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) à frente, houve, segundo ele, uma tentativa de negociação com os presos, sem sucesso.
Salgado disse que o coronel Luiz Nakaharada, que comandava o Terceiro Batalhão de Choque na época do massacre, pegou um megafone e gritou para os detentos: “Gente, calma. A Tropa de Choque está aqui. Vamos tentar negociar”. Mas em resposta, disse Salgado, houve gritos e vaias.
Com isso, disse, os policiais entraram no local. “No térreo, já tinham alguns corpos [de detentos, mortos pelos próprios detentos]”, falou.
Durante a subida para os pavimentos, os policiais encontraram barricadas feitas pelos presos. Na escada que levava ao quarto pavimento, onde sua tropa atuou, ele disse que dispararam contra os policias. “E aí teve o revide para a gente conseguir chegar ao quarto pavimento”, disse. Salgado contou ter feito, naquela ocasião, cinco disparos de um revólver calibre 38.
Indagado pelo promotor se, logo que entrou no Pavilhão 9 ele teria visto mais de 50 corpos estendidos no pátio, Salgado negou, dizendo ter visto somente cerca de “cinco ou seis corpos”.
Isso trouxe uma contradição ao depoimento prestado na manhã de hoje pelo ex-agente penitenciário Francisco Carlos Leme, arrolado como testemunha de acusação, que contou ter visto 75 corpos estendidos no chão antes da entrada da Polícia Militar.
Logo após Salgado negar ter visto os corpos, seu advogado interrompeu o interrogatório que era conduzido pelos promotores, reclamando da conduta do juiz e anunciando sua saída do plenário.
O depoimento de Salgado teve início por volta das 14h50 de hoje e foi interrompido às 16h, com a saída de seu advogado.