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Polícia ocupa favelas perto do aeroporto do Rio de Janeiro

Operação faz parte da estratégia iniciada em 2008 pelas autoridades para melhorar a segurança do Rio


	Cerca de 200 policiais civis ocupou de maneira simultânea a favela vizinha, a Barreira do Vasco
 (Vladimir Platonow/ABr)

Cerca de 200 policiais civis ocupou de maneira simultânea a favela vizinha, a Barreira do Vasco (Vladimir Platonow/ABr)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2013 às 11h52.

Mais de 1.300 policiais e 200 militares com apoio de blindados da marinha entraram na madrugada deste domingo no complexo de favelas do Caju e Barreira do Vasco, em poder do tráfico de drogas e localizadas nos acessos à cidade, nas proximidades do aeroporto internacional do Rio de Janeiro.

Às 04h55 local, protegidos por um helicóptero, membros do respeitado Batalhão de Operações da Polícia Militar, o Bope, abriram passagem na escuridão entre as intricadas ruelas das favelas que abrigam mais de 20.000 moradores.

A operação faz parte da estratégia iniciada em 2008 pelas autoridades para melhorar a segurança do Rio, visando os eventos internacionais que receberá, como o Mundial de futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016.

"Espero que agora tenhamos mais segurança", declarou à AFP uma moradora do Caju, de 77 anos, que não quis se identificar por temer represálias.

Na operação na favela do Caju participam 1.300 homens do Bope e outros grupos de elite da polícia, 200 fuzileiros navais e 17 blindados da marinha, segundo informou a secretaria de segurança do Rio em um comunicado.

Cerca de 200 policiais civis ocupou de maneira simultânea a favela vizinha, a Barreira do Vasco.

"A operação policial para instalar uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Caju beneficiará a mais de 20.000 habitantes. Essa reconquista é importante para a sociedade e para o Rio", assegurou a secretaria.


As autoridades pediram a colaboração dos moradores para denunciar criminosos, esconderijos e locais onde possam ter sido guardadas armas, drogas ou objetos roubados, e informaram que os habitantes da região devem circular munido de documento de identificação.

Desde sábado, patrulhas da polícia se postaram em diferentes acessos às favelas para inspecionar carros e frustrar a fuga de traficantes.

A ocupação do Caju é um primeiro passo para ocupar o violento Complexo da Maré, controlado por bandos rivais do narcotráfico - Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando - e por una milícia parapolicial.

Este complexo é formado por 15 favelas com 75.000 habitantes, e também se encontra perto das principais rodovias.

"A proximidade com o aeroporto faz com que seja inevitável que o governo ocupe essa região. A ideia é proteger as principais vias que deve levar à pacificação da Maré", afirmou à AFP Ignacio Cano, professor do Laboratório da Violência da Universidade Federal de Rio de Janeiro (UFRJ).

Depois da ocupação, as autoridades iniciarão o processo para a instalação no Caju de uma UPP, com policiais treinados especialmente para conviver com os habitantes da comunidade, tal como aconteceu em várias outras favelas depois de sua reconquista.

Antecipando a ocupação da Maré, as ONGs Anistia Internacional, Redes da Maré e o Observatório de Favelas lançaram uma campanha cidadã chamada "Somos da Maré e temos direitos" para "prevenir os abusos" da polícia.

Até agora, as autoridades instalaram 30 UPP com mais de 8.000 efetivos, que dizem proteger mais de um milhão de pessoas do total de dois milhões que vivem em favelas.

Para 2014, a meta das autoridades é ter 40 UPP nas favelas do Rio.

A violência diminuiu no Rio desde o início da operação de reconquista de favelas. No primeiro semestre de 2012, a taxa de homicídios caiu a 10,9 para cada 100.000 habitantes (contra 36,2 três anos antes), de acordo com o estudo Mapa da Violência 2012 divulgado em dezembro.

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