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Polícia federal prende empresário ligado ao PT

Bené é colaborador de campanhas do PT, entre elas a do governador de Minas, Fernando Pimentel, no ano passado


	Fernando Pimentel (PT), governador de Minas Gerais: questionado sobre o governador, o delegado do caso afirmou que não há irregularidade, por ora, envolvendo o nome dele
 (Denis Ribeiro/Exame)

Fernando Pimentel (PT), governador de Minas Gerais: questionado sobre o governador, o delegado do caso afirmou que não há irregularidade, por ora, envolvendo o nome dele (Denis Ribeiro/Exame)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2015 às 14h05.

Brasília - A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira, 29, quatro pessoas acusadas de comandar esquema de lavagem de dinheiro investigado na Operação Acrônimo. Entre elas, está o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, dono da Gráfica Brasil e de empresas de eventos.

Não havia mandado de prisão expedido pela Justiça contra os envolvidos, mas, durante as buscas, a PF decidiu prendê-los em flagrante por associação criminosa.

De acordo com o delegado regional de Combate ao Crime Organizado no Distrito Federal, Dênis Cali, ao apreender documentos nesta sexta-feira, os agentes descobriram que os envolvidos continuavam praticando crimes, o que motivou as detenções.

"Com os elementos colhidos hoje, é possível afirmar que eles continuam articulados para a atividade criminosa", justificou. Segundo ele, um encontro recente entre os investigados teria ocorrido para tramar ilicitudes.

Bené e os outros presos, cujos nomes não foram confirmados, foram conduzidos para a Superintendência da PF em Brasília. Bené é colaborador de campanhas do PT, entre elas a do governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), no ano passado.

Em 2010, ele esteve no centro de um escândalo envolvendo a montagem de um bunker, supostamente criado pela campanha da presidente Dilma Rousseff para produzir dossiês contra o adversário na disputa, o senador José Serra (PSDB-SP). Após o escândalo, o partido afastou os envolvidos no caso.

Conforme as investigações, o esquema envolvia cerca de 30 empresas. As duas principais teriam movimentado mais de R$ 500 milhões. Parte delas, controladas por Bené, cresceu de forma meteórica, graças a contratos firmados com órgãos públicos federais.

Baseado em auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU), o inquérito detectou que os recursos públicos recebidos eram desviados. "Até agora, se conseguiu detectar o desvio de recursos de órgãos do governo federal com sobrepreço e inexecução de contratos", afirmou o delegado.

Segundo ele, o objetivo da operação é descobrir quais foram os destinos do dinheiro movimentado pela empresa por meio das supostas operações de lavagem de dinheiro. O delegado disse que não há, por ora, partidos ou políticos com prerrogativa de foro entre os investigados.

A Operação Acrônimo começou em outubro do ano passado depois que a Polícia Federal apreendeu, em meio à corrida eleitoral, R$ 113 mil em um avião que pousava em Brasília, vindo de Belo Horizonte. A aeronave trazia Bené e o ex-assessor do Ministério das Cidades Marcier Trombiere. Os dois eram colaboradores da campanha de Pimentel (PT).

Questionado sobre o governador, o delegado afirmou que não há irregularidade, por ora, envolvendo o nome dele. Nesta sexta, com ordem da Justiça, o avião, que pertence a Bené e está avaliado em R$ 2 milhões, foi sequestrado.

Cerca de 400 policiais fazem buscas em empresas e 30 endereços de pessoas físicas e mais 60 de empresas, a maioria em Brasília. Por ora, foram apreendidos R$ 100 mil e US$ 5 mil, além de cerca de dez carros de luxo e farta documentação.

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