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Polêmico vídeo de Doria sobre Goldman preocupa aliados

A avaliação é de que a fala possa ser usada como munição para adversários em uma eventual campanha ou disputa interna no PSDB

Doria: o prefeito não consultou assessores e aliados antes de gravar sua resposta pelo celular no começo da manhã de sábado em Belém (YouTube/Reprodução)

Doria: o prefeito não consultou assessores e aliados antes de gravar sua resposta pelo celular no começo da manhã de sábado em Belém (YouTube/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de outubro de 2017 às 08h47.

São Paulo - A decisão do prefeito João Doria de publicar um vídeo nas redes sociais em resposta ao ex-governador Alberto Goldman (PSDB) no qual o chama de "fracassado", "improdutivo" e que "vive de pijamas" em casa foi considerada um erro por auxiliares e aliados do tucano, que temem que o material sirva de munição para adversários em uma eventual campanha ou disputa interna no PSDB.

A avaliação é de que a fala possa ser usada para desgastar Doria entre aposentados e desempregados, além de vitimizar o ex-governador, que fará 80 anos no próximo dia 12.

O prefeito não consultou assessores e aliados antes de gravar sua resposta pelo celular no começo da manhã de sábado em Belém, pouco antes de embarcar em um barco alugado pela cantora Fafá de Belém para acompanhar a procissão fluvial do Círio de Nazaré.

"Hoje meu recadinho vai para você, Alberto Goldman, que viveu sua vida inteira na sombra de Orestes Quércia e do José Serra. Você é um improdutivo, um fracassado. Você coleciona fracassos na sua vida e agora vive de pijamas na sua casa", afirmou Doria no vídeo. "Viva com a sua mediocridade que fico com o povo", disse.

Também em vídeo, Goldman havia dito antes que falta ao prefeito "comprometimento com a cidade" e acusou a administração de dirigir licitações.

Doria disse a interlocutores que esse foi o 16.º vídeo do ex-governador contra ele, e que decidiu responder desta vez porque ele foi muito ofensivo.

Aliados e pessoas próximas ao governador Geraldo Alckmin, que assim como Doria pleiteia a vaga de candidato do PSDB à Presidência, telefonaram para Goldman para prestar solidariedade. A avaliação reservada de parte da cúpula estadual tucana é de que as declarações de Doria podem ter o mesmo efeito, em uma eventual campanha, da frase de Ciro Gomes na disputa presidencial de 2002, quando ele afirmou que a função de sua mulher na época, a atriz Patricia Pillar, era "dormir com ele".

"Discordo que o vídeo tenha potencial negativo para além do episódio. Não tem o mesmo peso da frase do Ciro. São circunstâncias distintas, personagens também", disse o secretário de Comunicação da Prefeitura, Fábio Santos.

Cliques

À reportagem, Goldman disse que nunca teve tantas visualizações e cliques nas redes sociais como nesse episódio. "A repercussão do que digo nas redes sociais geralmente é pequena. Dessa vez tive 150 mil visualizações. Desde domingo meu telefone não para de tocar."

Aliados de Doria no PSDB saíram em defesa do prefeito. "Chamar Doria de traidor não é um desabafo do Goldman, mas uma estratégia montada não sei por quem. Não acho que foi coincidência o vídeo sair no dia da pesquisa Datafolha", afirmou o deputado estadual Fernando Capez (PSDB).

De acordo com o levantamento, o porcentual de pessoas que rejeitam a administração Doria foi de 22%, em junho, para 26% neste mês.

Juntos

Alckmin participou ontem de uma solenidade ao lado de Doria na qual autorizou um repasse de R$ 14 milhões para a Prefeitura de São Paulo, por meio do Fundo Estadual de Assistência Social (Feas).

O governador não quis falar sobre a polêmica dos vídeos. O evento foi realizado no Palácio dos Bandeirantes e também teve a participação do secretário de Estado de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, que é pré-candidato ao governo nas eleições de 2018.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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