PMs exigiram R$ 300 mil por resgate de traficantes
Dois policiais foram presos acusados de comandar o sequestro de dois traficantes da facção Terceiro Comando Puro (TCP)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2014 às 20h48.
Rio de Janeiro - O ex-comandante do 17º Batalhão de Polícia Militar (Ilha do Governador, na zona norte), coronel Dayzer Corpas Maciel, e o chefe da Segunda Seção (P-2) do batalhão, 1º tenente Vítor Mendes da Encarnação, foram presos nesta quinta-feira, acusados de comandar o sequestro de dois traficantes da facção Terceiro Comando Puro (TCP).
Além deles, outros 14 policiais foram detidos e 32 mandados de busca e apreensão, cumpridos. Eles exigiram mais de R$ 300 mil pelo resgate dos chefes do tráfico do Morro do Dendê, na Ilha, e Senador Camará, na zona oeste.
Os crimes de extorsão mediante sequestro e roubo agravado foram cometidos na noite de 16 de março e flagrados por câmeras de segurança da Base Aérea do Galeão e das viaturas.
Os PMs seriam próximos dos traficantes Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, e Gilberto Coelho de Oliveira, o Gil, chefes do TCP.
"Temos notícias de pagamentos mensais para que não houvesse repressão (do tráfico e do transporte irregular)", disse o subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança, Fábio Galvão. O Ministério Público do Rio (MPRJ) "não descarta possível prática de crime de associação ao tráfico de drogas".
Os policiais foram informados que traficantes armados passariam pela Estrada do Galeão (perto do Aeroporto Internacional Tom Jobim) em um Ford Ecosport vermelho.
O carro foi interceptado em frente à cabine da PM da Base Aérea do Galeão e os cinco traficantes, abordados: André Cosmo Correa Vaz; Rodrigo da Silva Alves; Evenílson Ferreira Pinto; Atileno Marques da Silva, o Palermo; e Rogério Vale Mendonça, o Belo. Com eles havia quatro fuzis, 18 granadas, três pistolas, oito carregadores e munição. Os policias também roubaram cordões de ouro e relógios dos bandidos.
Quando chegou ao local, o 1º tenente Vítor Mendes assumiu o comando da ocorrência e dividiu as tarefas entre os 14 praças.
Duas horas após a abordagem, apenas três traficantes, um fuzil, 18 granadas e três pistolas foram levadas para a 37ª Delegacia de Polícia (Ilha do Governador).
Palermo e Belo, chefes do tráfico de favelas controladas pelo TCP, foram sequestrados e liberados após sete horas de negociação com a advogada Rosângela Azevedo Gomes.
O TCP pagou uma parcela de R$ 300 mil. Os investigadores ainda não sabem o valor da segunda parte. Os policiais venderam os três fuzis apreendidos para traficantes do Morro do Dendê, por R$ 150 mil.
Durante toda a ação, o coronel Corpas manteve contato com o tenente Vítor pelo telefone corporativo. Na divisão, o comandante recebeu R$ 40 mil. Oito policiais que participaram dos crimes ganharam R$ 1 mil cada um.
Em abril, a Subsecretaria de Segurança soube que dois traficantes não haviam sido presos na ação. O MPRJ solicitou as imagens da Base Aérea para a Aeronáutica.
No entanto, o comandante da Base, coronel aviador Flávio Luiz Oliveira Pinto, as encaminhou primeiro ao coronel Corpas que, ao recebê-las instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o caso.
O chefe do IPM foi pressionado para que somente os 14 praças presos administrativamente fossem incriminados. O coronel Corpas e o tenente Vítor Mendes não seriam citados.
Pouco depois, as investigações foram assumidas pela Auditoria da Justiça Militar, Secretaria de Segurança e MPRJ.
Na casa do coronel Corpas, foram encontrados R$ 14 mil em notas de baixo valor e notas fiscais de uma loja de materiais de construção na Ilha do Governador, registrada no nome da mulher do comandante.
Em alguns cupons estava escrito "17º BPM" e "majorar (superfaturar) nota fiscal". O comandante poderá responder por improbidade administrativa.
Rio de Janeiro - O ex-comandante do 17º Batalhão de Polícia Militar (Ilha do Governador, na zona norte), coronel Dayzer Corpas Maciel, e o chefe da Segunda Seção (P-2) do batalhão, 1º tenente Vítor Mendes da Encarnação, foram presos nesta quinta-feira, acusados de comandar o sequestro de dois traficantes da facção Terceiro Comando Puro (TCP).
Além deles, outros 14 policiais foram detidos e 32 mandados de busca e apreensão, cumpridos. Eles exigiram mais de R$ 300 mil pelo resgate dos chefes do tráfico do Morro do Dendê, na Ilha, e Senador Camará, na zona oeste.
Os crimes de extorsão mediante sequestro e roubo agravado foram cometidos na noite de 16 de março e flagrados por câmeras de segurança da Base Aérea do Galeão e das viaturas.
Os PMs seriam próximos dos traficantes Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, e Gilberto Coelho de Oliveira, o Gil, chefes do TCP.
"Temos notícias de pagamentos mensais para que não houvesse repressão (do tráfico e do transporte irregular)", disse o subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança, Fábio Galvão. O Ministério Público do Rio (MPRJ) "não descarta possível prática de crime de associação ao tráfico de drogas".
Os policiais foram informados que traficantes armados passariam pela Estrada do Galeão (perto do Aeroporto Internacional Tom Jobim) em um Ford Ecosport vermelho.
O carro foi interceptado em frente à cabine da PM da Base Aérea do Galeão e os cinco traficantes, abordados: André Cosmo Correa Vaz; Rodrigo da Silva Alves; Evenílson Ferreira Pinto; Atileno Marques da Silva, o Palermo; e Rogério Vale Mendonça, o Belo. Com eles havia quatro fuzis, 18 granadas, três pistolas, oito carregadores e munição. Os policias também roubaram cordões de ouro e relógios dos bandidos.
Quando chegou ao local, o 1º tenente Vítor Mendes assumiu o comando da ocorrência e dividiu as tarefas entre os 14 praças.
Duas horas após a abordagem, apenas três traficantes, um fuzil, 18 granadas e três pistolas foram levadas para a 37ª Delegacia de Polícia (Ilha do Governador).
Palermo e Belo, chefes do tráfico de favelas controladas pelo TCP, foram sequestrados e liberados após sete horas de negociação com a advogada Rosângela Azevedo Gomes.
O TCP pagou uma parcela de R$ 300 mil. Os investigadores ainda não sabem o valor da segunda parte. Os policiais venderam os três fuzis apreendidos para traficantes do Morro do Dendê, por R$ 150 mil.
Durante toda a ação, o coronel Corpas manteve contato com o tenente Vítor pelo telefone corporativo. Na divisão, o comandante recebeu R$ 40 mil. Oito policiais que participaram dos crimes ganharam R$ 1 mil cada um.
Em abril, a Subsecretaria de Segurança soube que dois traficantes não haviam sido presos na ação. O MPRJ solicitou as imagens da Base Aérea para a Aeronáutica.
No entanto, o comandante da Base, coronel aviador Flávio Luiz Oliveira Pinto, as encaminhou primeiro ao coronel Corpas que, ao recebê-las instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o caso.
O chefe do IPM foi pressionado para que somente os 14 praças presos administrativamente fossem incriminados. O coronel Corpas e o tenente Vítor Mendes não seriam citados.
Pouco depois, as investigações foram assumidas pela Auditoria da Justiça Militar, Secretaria de Segurança e MPRJ.
Na casa do coronel Corpas, foram encontrados R$ 14 mil em notas de baixo valor e notas fiscais de uma loja de materiais de construção na Ilha do Governador, registrada no nome da mulher do comandante.
Em alguns cupons estava escrito "17º BPM" e "majorar (superfaturar) nota fiscal". O comandante poderá responder por improbidade administrativa.