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PMDB diz a Temer que ajuste só sai após indicações

Bancada do PMDB informou ao vice-presidente que as MPs do ajuste fiscal serão aprovadas apenas após indicações ao segundo escalão


	O vice-presidente Michel Temer: expectativa é a de que se iniciem as indicações até a última semana deste mês
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

O vice-presidente Michel Temer: expectativa é a de que se iniciem as indicações até a última semana deste mês (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2015 às 22h14.

Brasília - A bancada do PMDB informou nesta quarta-feira, 15, ao vice-presidente da República e responsável pela articulação política do governo, Michel Temer, que as Medidas Provisórias do ajuste fiscal só serão aprovadas no Congresso depois que a legenda for contemplada com os cargos de segundo escalão.

Segundo integrantes do partido ouvidos pela reportagem, a expectativa é a de que se iniciem as indicações até a última semana deste mês, quando as Medidas Provisórias que tratam dos ajustes em benefícios trabalhistas e previdenciários devem entrar em discussão no plenário da Câmara.

"Foi colocado que antes do ajuste tem que ter o segundo escalão. É a moeda de troca", disse um integrante da bancada que esteve no encontro.

Também estiveram presentes o líder do PMDB do Senado, Eunício Oliveira (CE), e o senador Romero Jucá. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não compareceu. Temer, no entanto, fez questão de no discurso citar a presença do ministro do Turismo, Vinícius Lages, apadrinhado por Renan Calheiros.

Lages foi levado ao centro da disputa entre o PMDB das duas Casas, após o vice-presidente ter anunciado que o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves iria ocupar a pasta. A expectativa era que a troca ocorresse no dia de hoje, o que não aconteceu.

Na conversa com os parlamentares, Michel Temer informou ainda aos integrantes da bancada que já começou a procurar outros partidos para negociar os espaços que devem ser distribuídos pelo governo para tentar dissolver a crise política. O impasse gerado com o Palácio do Planalto e lideranças da base aliada vem se arrastando desde o início do ano e é alimentado pelos baixos índices de popularidade de Dilma. Apesar das negociações com outras legendas, integrantes do PMDB esperam que sejam os primeiros da fila nas escolhas, uma vez que o partido detêm as presidências da Câmara e do Senado, além da maior bancada do Congresso, o que lhe dá a prerrogativa de ditarem o ritmo das votações nos plenários.

Dentro do PMDB das duas Casas o entendimento é que Temer terá apenas os próximos três meses para conseguir demonstrar o "poder de manobra" que terá juntos às bancadas da base aliada, o que passa pela distribuição de cargos e liberação de emendas dos parlamentares.

"Todos devem apostar no êxito dessa operação. Todos têm que compreender também que dar governabilidade é uma responsabilidade com o Brasil. A repercussão não é só contra o governo, PT ou PMDB mas com toda a sociedade", afirmou o ministro da Pesca, Helder Barbalho, que esteve no encontro. Além da questão dos cargos, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltou a tocar na questão de independência da Casa frente ao Palácio do Planalto.

Piada

Durante o café da manhã, os peemedebistas foram pegos de surpresa com a notícia da prisão do secretário de finanças do PT, João Vaccari Neto.

Em meio aos discursos, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) ironizou a prisão do tesoureiro, o que levou parte dos presentes às gargalhadas. "Para pagar as suas dívidas e conseguir arrecadar, o PT articulou a prisão do Vaccari, que agora durante o banho de sol vai poder procurar os caras (empresários das grandes construtoras que também foram presos em outras operações da Lava Jato)", brincou Lúcio. "Daí o motivo de o PT não ter afastado o Vaccari da tesouraria, pois ele vai manter a legitimidade de arrecadar para o partido, enquanto os outros partidos vão continuar sem acesso" acrescentou.

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