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Planilha detalha gastos "prosaicos" de Cabral

Gastos mais "modestos" do ex-governador listados pelo MPF teriam sido pagos com dinheiro sujo

Sérgio Cabral: lista tem gastos com psicólogo, aulas de equitação e "mesadas" (Pawel Kopczynski/File Photo/Reuters)

Sérgio Cabral: lista tem gastos com psicólogo, aulas de equitação e "mesadas" (Pawel Kopczynski/File Photo/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de março de 2017 às 09h44.

Rio - O Ministério Público Federal (MPF) conseguiu decodificar parte de uma planilha de despesas do ex-governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) pagas pelo suposto esquema de corrupção que o peemedebista teria chefiado durante seu governo apreendida pela Polícia Federal na Operação Eficiência.

Procuradores da República que acompanham o caso contaram com a colaboração dos irmãos Marcelo e Renato Chebar, ex-operadores do esquema que fecharam acordo de delação premiada.

Responsáveis por enviar para o exterior milhões de dólares em recursos obtidos por meio de corrupção, os colaboradores detalharam gastos prosaicos do ex-governador, de custos médicos a recolhimento de impostos - tudo bancado com dinheiro sujo.

Em depoimento, os irmãos Chebar revelaram que uma das anotações codificadas refere-se a despesa de R$ 1.500 para o tratamento psicológico da "mulher ou sogra" de Cabral.

Também é listado o pagamento mensal de R$ 3.250 para aulas de equitação para um dos filhos do ex-governador, na Sociedade Hípica. A organização teria repassado, no total, R$ 19,5 mil para este fim.

A ex-sogra e a ex-cunhada de Cabral também aparecem na planilha como receptadoras dos recursos. O documento tem referências a Angela Neves e Nina Neves, ao lado dos bancos nos quais têm conta, com anotações de depósitos mensais de R$ 7.500 para cada uma.

Somadas todas as vezes em que os seus nomes são citados, cada uma teria recebido R$ 37,5 mil do esquema, entre 2014 e 2015. Elas ainda não foram citadas em nenhuma denúncia.

Os Chebar relataram que o esquema dos repasses era sigiloso e complexo. Um dos operadores mais próximos de Cabral, Carlos Miranda, que está preso, entregava boletos bancários para que efetuassem pagamentos.

Com o tempo, passaram a fazer os pagamentos em espécie. Segundo Marcelo Chebar, Miranda fazia os pedidos por um programa de mensagens criptografadas.

A defesa de Carlos Miranda afirmou que "todos os fatos relatados na denúncia serão esclarecidos". A defesa de Susana Neves disse desconhecer a planilha e não se manifestou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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