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Planalto passa nomes de indecisos sobre reforma para empresários

Fonte palaciana confirmou a existência da lista e a estratégia de ter a ajuda dos agentes de mercado e empresários no esforço pela aprovação da proposta

Temer: o governo batalha para obter os votos necessários para aprovar a reforma em fevereiro (André Coelho/Bloomberg/Bloomberg)
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Reuters

Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 18h48.

Brasília - O Palácio do Planalto repassou uma lista com nomes de deputados indecisos para que agentes do mercado e empresários auxiliem no convencimento a favor da reforma da Previdência , que tem votação prevista para 20 de fevereiro na Câmara.

Documento obtido pela Reuters com uma fonte do setor privado mostra uma lista de quase 90 parlamentares que o governo vê como indecisos sobre a reforma.

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Fonte palaciana confirmou a existência da lista e a estratégia de ter a ajuda dos agentes de mercado e empresários no esforço pela aprovação da proposta. As duas fontes pediram para não serem identificadas.

Na véspera, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, reuniu-se com confederações de empresários. Na noite desta terça-feira, deve comparecer a conversa com líderes da base patrocinada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O governo batalha para obter os votos necessários para aprovar a reforma da Previdência na Câmara em fevereiro. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), precisa de ao menos 308 votos favoráveis dentre os 513 deputados em dois turnos de votação. Depois, ainda precisa passar pelo Senado.

O cálculo no Planalto hoje é de que 270 deputados estariam dispostos a votar pela reforma, faltando 38 votos para se alcançar o mínimo necessário. Considerando a margem de segurança para a votação, que o governo vê entre 320 e 330 deputados a favor da reforma, a distância é ainda maior.

Por isso mesmo o Planalto, intensificou seus esforços midiáticos pela aprovação da reforma da Previdência. Desde seu retorno de Davos, na Suíça, na semana passada, o presidente Michel Temer entrou em uma maratona de entrevistas e martelou sobre a importância da readequação das regras previdenciárias.

Colocar para votar

Um dos principais responsáveis pelo levantamento de números do governo na Câmara, o vice-líder do governo na Câmara Beto Mansur (PRB-SP) afirmou nesta terça que já não há mais espaço para indecisões na Casa.

"O parlamentar tem que fazer a sua opção", disse o deputado a jornalistas.

"Eu acho que a gente tem que ter opinião a favor ou contra. Agora, ficar indeciso em um momento como este não dá."

O vice-líder defende que a proposta seja colocada em votação em fevereiro, mesmo que o governo não conte com votos suficientes.

"Não precisamos ficar cozinhando essa questão da reforma da Previdência durante todo esse tempo."

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