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Planalto opera para superar “climão” com Renan

Ataque do presidente do Senado a Alexandre de Moraes reacenderam discussões sobre substituição no Ministério da Justiça

Presidente do Senado, Renan Calheiros, durante sessão, dia 09/05/2016 (Adriano Machado / Reuters)

Marcelo Ribeiro

Publicado em 25 de outubro de 2016 às 09h00.

Última atualização em 25 de outubro de 2016 às 16h16.

Brasília – A temperatura nos corredores do Congresso ficou mais alta após o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), desferir críticas contra o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e a operação da Polícia Federal contra policiais legislativos do Senado na última sexta-feira (21).

Preocupado, o presidente Michel Temer (PMDB) chamou Renan para conversar para evitar um desgaste ainda maior entre o Planalto e o presidente do Senado.

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Consciente da importância de Renan para o andamento de pautas essenciais para o governo no Congresso, Temer atribuiu ao correligionário liberdade para dar a velocidade que achar adequada para a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto de gastos públicos no Senado.

A EXAME.com, auxiliares do presidente afirmaram que a conversa teve “tom pacificador”. Renan reforçou suas reclamações contra o ministro da Justiça, o que reacendeu as discussões sobre uma possível substituição no comando da pasta.

Desde sua nomeação, Moraes nunca foi unanimidade entre os membros do governo peemedebista. A resistência em relação ao seu nome cresceu após declarações infelizes. Os ataques de Renan desgastaram ainda mais a imagem do ministro e a pressão interna para que Temer o substitua aumentou.

Cauteloso, Temer teria admitido a interlocutores que Moraes está por um fio no cargo, mas resiste em demiti-lo.

Dois motivos determinam a permanência: a dificuldade de encontrar um nome para substituí-lo e o temor de que sua eventual demissão seja interpretada como uma interferência no andamento das investigações da Operação Lava Jato.

Ataques de Renan

No final da tarde desta segunda-feira (24), Renan fez seu primeiro pronunciamento sobre a Operação Métis, realizada no Senado na semana passada.

"Um juizeco de primeira instância não pode, a qualquer momento, atentar contra um poder. É lamentável que isso aconteça num espetáculo inusitado, que nem a ditadura militar o fez, com a participação do ministro do governo federal que não tem se portado como um ministro de Estado. No máximo, tem se portado como um ministro circunstancial de governo, chefete de polícia", afirmou o presidente do Senado.

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