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Planalto mapeia votos para barrar impeachment

A situação mais dramática é na Câmara, onde o Planalto tem cerca de 200 dos 513 votos, pouco diante do que precisa para frear eventual pedido de impeachment


	Deputados da oposição no movimento pró-impeachment: a situação mais dramática é na Câmara, onde o Planalto tem cerca de 200 dos 513 votos, pouco diante do que precisa para frear eventual pedido de afastamento da presidente
 (Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados)

Deputados da oposição no movimento pró-impeachment: a situação mais dramática é na Câmara, onde o Planalto tem cerca de 200 dos 513 votos, pouco diante do que precisa para frear eventual pedido de afastamento da presidente (Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2015 às 11h37.

Brasília - O governo passou os últimos dias contando os votos que tem no Congresso para barrar a tramitação de um possível processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A maior preocupação do Palácio do Planalto, agora, é com a deterioração do relacionamento com o vice-presidente Michel Temer, que comanda o PMDB, e com a bancada do partido.

Dilma conversou mais de uma vez por telefone, na segunda-feira, 14, com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. À noite, ela reuniu para um jantar 19 governadores da base aliada, no Palácio da Alvorada.

Embora o encontro tenha sido para pedir apoio às medidas de austeridade fiscal, com corte de R$ 26 bilhões, congelamento de salários do funcionalismo e reedição da CPMF, o governo tentou vender ali a imagem de que está reagindo à crise.

Ficou claro, ainda, que Dilma espera o respaldo dos governadores contra a tentativa de derrubá-la.

Na linha de frente do monitoramento dos aliados, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o assessor especial da Presidência, Giles Azevedo, têm mantido conversas reservadas com deputados, senadores, empresários, governadores e também com advogados.

Ainda ontem, antes do anúncio da nova tesourada no Orçamento, Mercadante fez outro mapeamento dos votos com os quais o governo pode contar na Câmara e no Senado.

A situação mais dramática é na Câmara, onde o Planalto tem perto de 200 dos 513 votos, muito pouco diante do que precisa para frear eventual pedido de afastamento de Dilma.

No diagnóstico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da cúpula do PT, Dilma perdeu sua base social ao endurecer o ajuste fiscal e corre o risco de ter o mandato abreviado.

O roteiro discutido por deputados de oposição do PSDB, DEM, Solidariedade e PPS e por dissidentes da base aliada, entre os quais o PMDB, prevê que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rejeitará qualquer pedido de impeachment. A partir daí, porém, um deputado deverá apresentar recurso ao plenário da Casa. A votação, neste caso, é por maioria simples. O governo não tem, até agora, nem mesmo esse apoio.

Crise

Para piorar a situação, PMDB e PT estão em pé de guerra e uma rede de intrigas alimenta a crise política.

Não são poucos os petistas que lembram, nos bastidores, que a Operação Lava Jato atingirá Temer e a cúpula do PMDB, envolvendo Renan Calheiros (AL), presidente do Senado, e os senadores Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO), além de Cunha, que já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção e lavagem de dinheiro.

O vice está em Moscou com cinco ministros do PMDB. Kátia Abreu (PMDB), titular da Agricultura, e Jaques Wagner (PT), da Defesa, iriam se juntar à comitiva hoje, mas Dilma pediu que eles ficassem no Brasil.

A explicação oficial foi a de que os dois precisam ajudar o governo a aprovar o pacote do corte de gastos e a reedição da CPMF no Congresso.

A assessoria de Kátia informou, ainda, que ela torceu o pé. Mas, em conversas reservadas, auxiliares de Dilma admitiram que não era conveniente que os ministros mais próximos da presidente integrassem uma viagem "do PMDB".

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