PL das Fake News: Outros países já adotam normas que devem ser seguidas pelas empresas (LIONEL BONAVENTURE/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 28 de abril de 2023 às 12h02.
Apresentado nesta quinta-feira, o PL das Fake News — relatado na Câmara dos Deputados por Orlando Silva (PCdoB-SP) — traz uma série de regras que, em caso de aprovação do projeto de lei, terão de ser cumpridas pelas plataformas de redes sociais e similares. Embora no Brasil a regulamentação do setor só esteja sendo debatida no Congresso agora, outros países já adotam normas que devem ser seguidas pelas empresas.
Na União Europeia, por exemplo, as chamadas "Bigh Techs" que não tenham sede local precisam designar um representante legal na região. As regras exigem que as plataformas criem mecanismos para denúncia de conteúdos ilícitos ou difamatórios e motivos de eventuais remoções devem ser expostos. Já os procedimentos para a moderação de conteúdo devem ser transparentes, indicando casos onde haverá análise por humanos ou sistemas automatizados.
Na Alemanha, a lei prevê multas elevadas para as empresas, que são obrigadas a retirar do ar textos, áudios e vídeos com conteúdos explicitamente ilícitos em prazos de 24h. Com foco em discursos de ódio, há mais de 20 tipos de conteúdos ilegais previstos na legislação germânica, entre eles calúnia e distúrbio da ordem pública.
Ainda na Europa, a França estabeleceu uma "maioridade" para jovens criarem redes sociais: 15 anos. Antes disso, somente com autorização dos pais. A lei também exige que plataformas reconheçam direitos autorais de conteúdos da imprensa usados nas redes e que elas façam acordos para remunerar os veículos — proposta similar ao do PL das Fake News relatado por Orlando Silva.
Na mesma linha, a Austrália foi o primeiro país a obrigar as plataformas digitais a pagarem pelo uso de conteúdo jornalístico. A lei prevê que as empresas remunerem os jornais a partir de um acordo feito entre as partes. Caso não haja consenso, o governo atua para mediar.
Nos Estados Unidos, por outro lado, são poucos os estados que já mantêm regulamentações próprias. Este ano, porém, Utah tornou-se o primeiro deles a restringir o uso de redes como Instagram, TikTok e Facebook por menores de 18 anos.