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Pimenta anuncia ação do governo por segurança de Teori

Ministro e sua família foram vítimas de intimidações após a decisão do ministro de transferir para a Corte os processos que envolvem o ex-presidente


	O ministro do STF Teori Zavascki: Teori e sua família foram vítimas de intimidações
 (Nelson Jr./SCO/STF)

O ministro do STF Teori Zavascki: Teori e sua família foram vítimas de intimidações (Nelson Jr./SCO/STF)

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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2016 às 13h44.

Brasília - O vice-líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (RS), anunciou nesta quarta-feira, 23, uma ação conjunta do Ministério da Justiça e da segurança do Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar ameaças feitas contra o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Tribunal.

Teori e sua família foram vítimas de intimidações após a decisão do ministro de transferir para a Corte os processos que envolvem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em entrevista na manhã desta quarta, Pimenta falou que foi solicitada a abertura de inquérito para apurar ações nas redes sociais e apontar os autores das ameaças.

O petista revelou que endereços de Teori em Porto Alegre (RS) e de seus familiares foram divulgados para que manifestantes agissem para intimidar o ministro. "Isso é crime de incitação ao ódio", concluiu.

O deputado disse que é preciso adotar medidas para garantir a integridade do ministro, que teria inclusive sofrido ameaças de morte. "Não podemos permitir essa escalada fascista", declarou.

Oposição

Pimenta criticou a aproximação entre o vice-presidente da República, Michel Temer, e o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG). Para o petista, Temer e Aécio devem ser tratados como "artífices desse processo golpista" e, em tom de ironia, disse que as conversas visam a encontrar "a melhor forma de rasgar a Constituição".

"É uma conversa de duas pessoas que sabem que, pelas urnas, jamais chegariam à Presidência da República", declarou Pimenta.

Mais cedo, líderes de partidos da oposição na Câmara anunciaram que entraram com três representações na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo que o órgão investigue a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Edinho Silva (Comunicação Social) e Jaques Wagner (chefe de gabinete da Presidência), com base nos grampos de conversas telefônicas entre eles divulgados com autorização da Justiça na semana passada. Pimenta disse que a oposição busca apenas aumentar a tensão e criar um clima de "caos político e econômico".

"É um ato de desespero da oposição", comentou o petista.

Líderes de oposição anunciaram nesta manhã o protocolo de um requerimento de convocação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para prestar esclarecimentos no plenário da Câmara sobre o envio de telegramas a todas as embaixadas e representações do Brasil no exterior recomendando a difusão de mensagens de entidades alertando para o risco de um golpe político no Brasil. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.

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