Ministro da Agricultura Blairo Maggi (Victor Moriyama/Bloomberg)
Talita Abrantes
Publicado em 27 de junho de 2017 às 12h21.
Última atualização em 27 de junho de 2017 às 12h24.
São Paulo – O piloto do avião que carregava mais de 600 quilos de cocaína quando foi interceptado pela Força Aérea Brasileira (FAB) no domingo (25) afirmou à Polícia Federal (PF) que teria apresentado um plano de voo falso para a Aeronáutica. As informações são do delegado da PF Rodrigo Gama, responsável pelo caso, em entrevista à TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo.
Com isso, segundo a versão relatada à PF, o avião não teria decolado da fazenda no Mato Grosso ligada ao ministro da Agricultura Blairo Maggi, como informado pela FAB previamente, mas sim de uma pista na Bolívia.
De acordo com a FAB, em nota publicada neste domingo, o piloto da aeronave afirmou que teria saído da Fazenda Itamarati Norte, no município de Campo Novo do Parecis (MT), que pertence ao grupo Amaggi, da família do ministro, com destino a Santo Antonio Leverger (MT).
Em outra nota, publicada nesta segunda-feira, a Aeronáutica afirma que tais informações ainda estão sendo investigadas. Até o momento, o órgão não comentou as informações da PF.
Em nota, o grupo Amaggi nega qualquer ligação com a aeronave descrita pela FAB e afirma que não emitiu autorização para pouso ou decolagem em uma de suas 11 pistas. Em posts no Twitter, o ministro afirmou que acompanha investigações e que, como o Mato Grosso, a fazenda arrendada por sua empresa é vulnerável à ação do tráfico.
https://twitter.com/blairomaggi/status/879415952823242752
https://twitter.com/blairomaggi/status/879416183392436224
https://twitter.com/blairomaggi/status/879417081816645633
De acordo com a área de comunicação da Aeronáutica, a intercepção da aeronave foi feita em ação que faz parte da Operação Ostium, contra ilícitos nas fronteiras.