Brasil

PF prende hacker que invadiu sistema do TRF-3 e forjou assinaturas digitais de juízes

As investigações da PF, realizadas na Operação Escalada Cibernética, resultaram na condenação do principal suspeito pelo ataque hacker

TRF-3 (Street View/Reprodução)

TRF-3 (Street View/Reprodução)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 18 de setembro de 2023 às 11h11.

A Polícia Federal capturou neste domingo, 17, em Campo Grande (MS), Selmo Machado da Silva, conhecido como "FI", responsável pelo ataque hacker, ocorrido no ano de 2021, ao sistema do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), sediado em São Paulo.

As investigações da PF, realizadas na Operação Escalada Cibernética, resultaram na condenação do principal suspeito pelo ataque hacker, a uma pena de 9 anos de prisão, pela prática dos crimes de invasão de dispositivo informático (art. 154-A do Código Penal) e falsificação de documento público (art. 297 do Código Penal). A sentença foi expedida pela 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo, em dezembro de 2021. O condenado, no entanto, permaneceu foragido desde maio de 2021, data do desencadeamento da operação da PF.

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo em primeira mão. Inscreva-se no Telegram da Exame

Selmo "FI" foi responsável por promover um ataque cibernético ao sistema PJe do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, com o propósito de alterar documentos eletrônicos de assinatura de agentes públicos para a obtenção de vantagens pessoais. O hacker após a invasão ao sistema de processos judiciais eletrônicos, falsificou pareceres do Ministério Público Federal em seis processos que tramitavam no TRF-3, nos quais ele mesmo era o réu alterando as manifestações dos procuradores com sugestão de absolvição ao invés da condenação originalmente proposta.

Apuração da Justiça Federal

A apuração começou depois que dois magistrados da Justiça Federal em São Paulo detectaram alterações em documentos, com uso fraudulento de suas assinaturas digitais. O hacker falsificou assinaturas eletrônicas de juízes, servidores da Justiça e membros do Ministério Público Federal e alterou documentos em pelo menos oito processos - dois cíveis e seis criminais. Os objetivos, além da "autoabsolvição", seriam a liberação e a apropriação de valores pendentes em ações judiciais para contas controladas pelo próprio criminoso.

O hacker, na condição de procurado internacional, com a inclusão de seu nome na difusão vermelha da Interpol, estava escondido em imóvel residencial no bairro de Conjunto Aero Rancho, na cidade de Campo Grande. Participaram da ação, deste domingo, ao menos 20 policiais federais das superintendências da PF em São Paulo, local em que ocorreu a investigação, e Mato Grosso do Sul, onde o foragido foi capturado.

COM A PALAVRA, A DEFESA

A reportagem busca contato com a defesa de Selmo "FI". O espaço está aberto para manifestação.

Acompanhe tudo sobre:Polícia FederalHackersPrisõesTRF4

Mais de Brasil

Ministro da Justiça reage a caso de jovem baleada pela PRF: 'obrigação de dar exemplo'

Morre Roberto Figueiredo do Amaral, executivo da Andrade Gutierrez

Desabamento e veículos arrastados: véspera de natal é marcada por chuvas em BH

Avião desaparece no AM e mãe de piloto faz apelo por buscas do filho nas redes sociais