Segundo o documento, o general Freire Gomes e a maioria do alto comando do Exército mantiveram uma postura institucional, negando apoio ao grupo golpista (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 26 de novembro de 2024 às 21h30.
O relatório da Polícia Federal revelou que o plano para matar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no dia 15 de dezembro de 2022, foi abortado após a cúpula do Exército se recusar a aderir à tentativa de golpe de Estado.
Segundo o documento, o general Freire Gomes e a maioria do alto comando do Exército mantiveram uma postura institucional, negando apoio ao grupo golpista. Isso resultou na falta de confiança necessária para que o ato fosse consumado. Como consequência, o então presidente Jair Bolsonaro, mesmo com um decreto de intervenção preparado, não o assinou.
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No dia 15 de dezembro, seis pessoas monitoravam os passos de Moraes em Brasília, planejando prendê-lo ou executá-lo. Esse grupo utilizava carros de aplicativos, celulares descartáveis e codinomes como “Brasil”, “Alemanha” e “Japão” para ocultar suas identidades e evidências.
O plano, denominado "Punhal Verde Amarelo", previa a atuação estratégica próxima ao STF e à residência funcional do ministro. A recusa de apoio militar por parte do general Freire Gomes, no entanto, foi decisiva para que o plano fosse cancelado.
O ministro Alexandre de Moraes encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o relatório da PF sobre a conspiração golpista. O documento, que conta com mais de 800 páginas, indiciou 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, agora deve analisar o material para decidir sobre uma eventual denúncia, arquivamento ou novas diligências no caso.