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PF pede prorrogação de prisão de ex-diretor da Petrobras

Polícia pediu a prorrogação das prisões temporárias de Renato Duque e de cinco executivos de empreiteiras presos na última sexta

Agentes da Polícia Federal durante a sétima fase da Operação Lava Jato, em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2014 às 16h59.

Curitiba - A Polícia Federal pediu à Justiça Federal do Paraná nesta terça-feira a prorrogação das prisões temporárias do ex-diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais da Petrobras Renato Duque e de cinco executivos de empreiteiras presos na última sexta na sétima fase da Operação Lava Jato.

No pedido encaminhado ao juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sergio Moro, o delegado Márcio Anselmo, da Polícia Federal, argumenta que ainda não foi possível analisar todo o material apreendido na operação nem confrontar declarações divergentes dadas pelos detidos.

O prazo das prisões temporárias vence nesta terça-feira. Outros nove presos suspeitos na operação da última sexta-feira devem ser soltos, já que a PF não pediu a prorrogação das detenções.

O delegado citou ainda uma declaração de Erton Medeiros da Fonseca, diretor-presidente da Galvão Engenharia, que teria afirmado, segundo Anselmo, que realizou "pagamento de vantagens ilícitas" à diretoria de Duque quando o executivo estava na Petrobras.

Em nota divulgada na segunda, a assessoria de imprensa de Duque afirmou que ele disse em depoimento à PF desconhecer a existência de um cartel formado por fornecedores da Petrobras e negou envolvimento em atividades criminosas.

Em depoimento à Justiça do Paraná em outubro, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso em uma fase anterior da Lava Jato e posteriormente colocado em prisão domiciliar por conta de um acordo de delação premiada, disse que empreiteiras formaram um cartel e cobravam sobrepreço nos contratos com a estatal.

De acordo com Costa, parte desse sobrepreço era destinado a partidos políticos como PT, PP e PMDB e outra parte ficava com os diretores envolvidos e com os operadores responsáveis por repassar os recursos do esquema, entre eles o doleiro Alberto Youssef, também preso na Lava Jato e também em processo de delação premiada.

Mais Delações

Em entrevista à Reuters nesta segunda, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que o Ministério Público tem feito sondagens com diversas pessoas e empresas interessadas em ajudar as investigações em troca de acordos de leniência ou de colaboração.

Ele disse que já foram feitos acordos para a devolução de cerca de 420 milhões de reais aos cofres públicos, mas disse esperar que esse valor cresça com prováveis novos acordos.

O procurador disse também acreditar que o suposto esquema de desvio de recursos vá além dos contratos firmados com a Petrobras.

"Nós temos uma noção que nós vamos ir além da Petrobras. Isto não é um esquema que se restringe à Petrobras", avaliou.

Ele disse que o esquema pode ter atingido outras empresas públicas que contratam obras de grande valor e que demandam especialização específica, assim como as da Petrobras.

Ele, no entanto, disse ser "prematuro" citar outras estatais que teriam sido alvo do esquema.

São Paulo - Nove empreiteiras foram alvo da Polícia Federal nesta sexta-feira. A sétima fase da Operação Lava Jato , que investigadesvio de 10 bilhões de reais da Petrobras , fez busca e apreensão nas empresas. Alguns executivos foram presos, para prestar depoimento sobre possível ligação com o esquema de corrupção . Veja nas fotos quais empresas estão sendo investigadas e o que dizem sobre a operação.
  • 2. Odebrecht

    2 /10(Paulo Fridman/Bloomberg)

  • Veja também

    A empresa divulgou nota em que afirma que a Polícia Federal esteve em seu escritório no Rio de Janeiro nesta sexta-feira, para cumprir mandado de busca e apreensão de documentos, expedido no âmbito das investigações sobre supostos crimes cometidos por ex-diretor da Petrobras.“A equipe foi recebida na empresa e obteve todo o auxílio para acessar qualquer documento ou informação buscada”, diz a nota da empresa.A Odebrecht afirma ainda que “está inteiramente à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sempre que necessário”.
  • 3. UTC Engenharia

    3 /10(Divulgação)

  • A empresa afirmou que “colabora desde o início das investigações e continuará à disposição das autoridades para prestar as informações necessárias”.
  • 4. OAS

    4 /10(Divulgação/PAC)

    A OAS afirmou que “foram prestados todos os esclarecimentos solicitados e dado acesso às informações e documentos requeridos pela Polícia Federal, em visita à sua sede em São Paulo”. A empresa diz ainda que “está à inteira disposição das autoridades e vai continuar colaborando no que for necessário para as investigações”.
  • 5. Engevix

    5 /10(Divulgação/ Engevix)

    Contatada por EXAME.com, a empresa afirmou apenas que “por meio dos seus advogados e executivos, prestará todos os esclarecimentos que forem solicitados”.
  • 6. Galvão Engenharia

    6 /10(Divulgação/ Galvão Engenharia)

    Em nota, a Galvão Engenharia afirmou que "tem colaborado com todas as investigações referentes à Operação Lava Jato e está permanentemente à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários".
  • 7. Queiroz Galvão

    7 /10(Divulgação)

    A empresa se manifestou através de nota:"A Queiroz Galvão reitera que todas as suas atividades e contratos seguem rigorosamente a legislação em vigor e está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários."
  • 8. Camargo Corrêa

    8 /10(Divulgação)

    Em nota, a Camargo Corrêa disse que sempre esteve à disposição das autoridades. Veja a nota:“A Construtora Camargo Corrêa repudia as ações coercitivas, pois a empresa e seus executivos desde o início se colocaram à disposição das autoridades e vêm colaborando com os esclarecimentos dos fatos.”
  • 9. Mendes Junior

    9 /10(Divulgação)

    "O vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, estava em viagem com a família na manhã desta sexta-feira (14/11). Assim que soube do mandado de prisão, tomou providências para se apresentar ainda hoje à Polícia Federal em Curitiba (PR). A Mendes Júnior está colaborando com as investigações, contribuindo para o acesso às informações solicitadas."
  • 10. Iesa

    10 /10(Divulgação IESA)

    EXAME.com não conseguiu contato com nenhum porta-voz da empresa até a publicação da reportagem.
  • Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCorrupçãoEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEscândalosEstatais brasileirasFraudesGás e combustíveisIndústria do petróleoOperação Lava JatoPetrobrasPetróleoPrisões

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