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PF faz operação para deter seita envolvida com trabalho escravo

De acordo com a PF, os investigados cooptaram pessoas na capital paulista para que doassem imóveis e veículos de luxo

PF: o grupo é suspeito de atuar em municípios de São Paulo, Bahia e Minas Gerais (Vagner Rosário/VEJA)
AB

Agência Brasil

Publicado em 6 de fevereiro de 2018 às 17h54.

A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (6) a Operação Canaã - A Colheira Final, que investiga o envolvimento de uma seita religiosa em crimes como trabalho escravo, tráfico de pessoas, lavagem de dinheiro e estelionato.

O grupo é suspeito de atuar em municípios de São Paulo, Bahia e Minas Gerais. Nesses três estados, 220 agentes cumprem 22 mandados de prisão preventiva, 17 de interdição de estabelecimento comercial e 42 de busca e apreensão - todos expedidos pela 4ª Vara Federal em Belo Horizonte.

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De acordo com a PF, os investigados cooptaram pessoas na capital paulista para que doassem imóveis e veículos de luxo.

Em nota, a PF informa que, depois de devidamente doutrinados, os novos fiéis eram levados para zonas rurais e urbanas em Minas Gerais (Contagem, Betim, Andrelândia, Minduri, Madre de Deus, São Vicente de Minas, Pouso Alegre e Poços de Caldas), na Bahia (Ibotirama, Luiz Eduardo Magalhães, Wanderley e Barra) e em São Paulo (capital).

Ao chegar a esses locais, eram explorados, sendo forçados a trabalhar em lavouras e estabelecimentos comerciais, como oficinas mecânicas, postos de gasolina, pastelarias e confecções, sem descanso e remuneração. Segundo a PF, o grupo criminoso já expandia sua ação para o estado do Tocantins.

A investigação, cujo nome é uma referência bíblica à terra prometida, começou em 2011, quando a seita estava migrando de São Paulo para Minas Gerais. Em 2013, foi deflagrada a Operação Canaã, com foco em inspeções em propriedades rurais e algumas empresas urbanas. A etapa foi sucedida pela etapa De Volta para Canaã, em 2015, que resultou na prisão temporária de cinco dos líderes.

A operação de hoje tem o apoio de 55 auditores fiscais do Ministério do Trabalho e do Grupo Especial de Fiscalização Móvel da pasta. Se condenados, os suspeitos poderão cumprir até 42 anos de prisão.

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