Brasil

PF faz buscas sobre desvios de R$ 4,6 milhões na intervenção federal no Rio durante Governo Temer

Os policiais cumprem os mandados no Rio de Janeiro, Minas Gerais São Paulo e Distrito Federal em endereços ligados a ex-integrantes do gabinete da intervenção

O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou indícios de conluio e superfaturamento na ordem de R$ 4,6 milhões (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou indícios de conluio e superfaturamento na ordem de R$ 4,6 milhões (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 12 de setembro de 2023 às 09h38.

A Polícia Federal (PF) faz buscas em 16 endereços na manhã desta terça-feira, 12, na Operação Perfídia. A operação é a etapa mais recente da investigação sobre a compra de coletes balísticos pelo governo Michel Temer durante a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. O general Walter Braga Netto comandou a intervenção.

O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou indícios de conluio e superfaturamento na ordem de R$ 4,6 milhões. O contrato, sem licitação, foi firmado pelo Gabinete de Intervenção Federal para a compra de 9.360 coletes. O valor global do negócio foi de US$ 9,4 milhões.

Os policiais cumprem os mandados no Rio de Janeiro, Minas Gerais São Paulo e Distrito Federal em endereços ligados a ex-integrantes do gabinete da intervenção.

Superfaturamento

A PF afirma que o material foi comprado com sobrepreço de uma empresa americana, a CTU Security LLC, em 2018. O inquérito teve início a partir de uma cooperação com autoridades dos Estados Unidos.

"As autoridades americanas descobriram o crime no curso da investigação americana sobre assassinato do presidente haitiano Jovenel Moises em julho de 2021, na qual a empresa CTU Security LLC ficou responsável pelo fornecimento de logística militar para executar a derrubar Moises e substituí-lo por Christian Sanon, um cidadão americano-haitiano", diz o comunicado divulgado pela PF.

Além da contratação, a Operação Perfídia investiga duas empresas brasileiras especializadas no comércio de proteção balística. Elas têm inúmeros contratos com o poder público, segundo a PF, e são suspeitas de cartel.

Os investigados podem responder por crimes como patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa.

Acompanhe tudo sobre:Rio de JaneiroGoverno TemerPolícia Federal

Mais de Brasil

Lira convoca reunião de líderes para debater composição da mesa diretora da Câmara em 2025

Tarifa de ônibus em SP deve ficar entre R$ 5 e R$ 5,20

Após jovem baleada, Lewandowski quer acelerar regulamentação sobre uso da força por policiais

Governadores avaliam ir ao STF contra decreto de uso de força policial