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Por Carlos Werneck*

A construção da tirolesa no Parque Bondinho Pão de Açúcar é parte das ações do Rio de Janeiro voltadas para o desenvolvimento do ecoturismo. Recentemente, a revista Forbes elegeu o Brasil como o melhor país para a prática e, com grande extensão territorial e a maior biodiversidade do mundo, temos um enorme potencial para o segmento. Infelizmente, a atividade turística, capaz de promover uma interação direta entre o viajante e a natureza, ainda é pouco explorada por aqui e o projeto da tirolesa, que tem o intuito de quebrar esta barreira, está atualmente paralisado. 

O Parque Bondinho Pão de Açúcar, um dos principais pontos turísticos do Brasil e do mundo. A empresa que administra o atrativo anunciou a inauguração da tirolesa em 2022 e o projeto promete conectar o morro do Pão de Açúcar ao da Urca. O objetivo é fomentar o turismo sustentável – outro nome dado para o ecoturismo – no Brasil, aprimorando a experiência dos visitantes do parque e atraindo cada vez mais turistas. 

Por que a construção da tirolesa do Pão de Açúcar está parada?

Com 400 metros de altura, a empresa promete um “passeio” contemplativo em uma das paisagens mais icônicas do planeta, durante uma descida de apenas 50 segundos e numa velocidade de até 100km/h. No momento, as obras para a construção da tirolesa estão paralisadas devido à uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal.

Tenho acompanhado de perto esta discussão e me causa estranheza, confesso, ao ler determinadas críticas sem embasamento. A tirolesa do Pão de Açúcar foi analisada de forma criteriosa pelos órgãos competentes, que aprovaram o projeto e concederam todas as licenças necessárias para o início das obras. 

Todos os requisitos técnicos solicitados pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional e Artístico Nacional (IPHAN), Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Inovação e Simplificação (SMDEIS) foram cumpridos, tendo sido considerados a importância ambiental, cultural e paisagística da área que, há 10 anos, está inserida no Sítio UNESCO – “Paisagens Cariocas entre a Montanha e o Mar”. 

A GeoRio e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima (SMAC) também aprovaram o projeto e acompanham de perto, fiscalizando frequentemente as obras para a construção.

O que é preciso para entender a questão?

O que me parece é que falta confiança nas instituições e no próprio trade turístico, que já se manifestou publicamente em prol do projeto. O Brasil reúne todas as características para se tornar uma potência no ecoturismo, mas alguns movimentos conservadores impedem a evolução do setor. É preciso entender que é possível inovar respeitando o meio ambiente, o patrimônio histórico e cultural da cidade e também a população local. Investir no turismo é fomentar um setor que, segundo o Relatório de Impacto Econômico do Conselho Mundial de Viagens e Turismo
(WTTC), representa quase 8% do PIB do nosso país, gerando novos empregos e renda. 

A tirolesa servirá como referência para que outras iniciativas voltadas ao turismo sustentável ganhem cada vez mais força no Brasil, atendendo as necessidades dos turistas e das comunidades receptoras, protegendo a natureza e ampliando as oportunidades socioeconômicas. Dito isto, afirmo: sim. O turismo no Rio de Janeiro precisa da tirolesa. 

*Carlos Werneck é presidente-executivo do Visit Rio Convention Bureau

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