Graça Foster: "Temos até 45 dias para poder nos manifestar a uma série de processos que já estávamos em avaliação de forma administrativa. Eu já vinha tratando disso, pois sou a diretora da área internacional e fiz várias mudanças" (REUTERS/Nacho Doce)
Da Redação
Publicado em 29 de março de 2014 às 16h08.
São Paulo - A Petrobras abriu uma comissão de apuração interna para investigar os detalhes da polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, disse a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, em entrevista publicada nesta quarta-feira no jornal O Globo.
A Petrobras confirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, a abertura da comissão.
"Temos até 45 dias para poder nos manifestar a uma série de processos que já estávamos em avaliação de forma administrativa. Eu já vinha tratando disso, pois sou a diretora da área internacional e fiz várias mudanças na busca de melhorias", disse a executiva, segundo a publicação.
Os problemas com o negócio em Pasadena são investigados há vários anos, mas ganharam novo contorno na semana passada depois que a presidente Dilma Rousseff, que presidia o Conselho de Administração da estatal na época da aprovação da compra, afirmou que a operação se baseou em um resumo executivo "técnica e juridicamente falho", preparado na época pelo então diretor da área internacional da companhia.
Em 2006, a estatal comprou 50 por cento da refinaria no Texas, Estados Unidos, por 360 milhões de dólares, sendo 170 milhões de dólares referentes à compra de estoque de óleo, mas, em seguida, amargou uma batalha judicial com o parceiro no projeto, a Astra, e acabou desembolsando um total de 1,2 bilhão de dólares para adquirir a refinaria integralmente.
"Essa comissão não foi aberta motivada se a cláusula devia ou não estar no resumo executivo. Entendo que a demanda do conselho de administração é correta e justa e precisa ter informações... E o que precisa ser investigado é investigado nessa empresa", disse Graça Foster, na entrevista.
A executiva disse que descobriu na segunda-feira a existência de um Comitê de proprietários de Pasadena no qual ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa --preso pela Polícia Federal sob acusação de envolvimento num esquema de lavagem de dinheiro-- era representante da Petrobras.
"Esse comitê era acima do board. Depois que entramos em processo arbitral esse comitê deixou de existir", afirmou Graça Foster.