Bolsonaro e Lula: no segundo turno, o petista tem 48% das intenções de voto, contra 41% do atual presidente. (Bolsonaro: Andressa Anholete / Lula: Minas/Bloomberg/Getty Images)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 29 de junho de 2022 às 14h59.
Em uma simulação de segundo turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem vantagem na intenção de voto entre os mais pobres, na disputa contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). A situação se inverte entre os mais ricos, com a maior parte do eleitorado preferindo o atual ocupante do Palácio do Planalto. De acordo com a pesquisa eleitoral EXAME/IDEIA, divulgada no dia 23 de junho, o petista tem 61% entre as pessoas das classes D e E, e o presidente Bolsonaro aparece com 27%.
Na faixa das pessoas que estão nas classes A e B, o atual presidente tem 50%, contra 40% de Lula. Na classe C, o ex-presidente tem vantagem: 55% a 35%.
A EXAME/IDEIA ouviu 1.500 pessoas entre os dias 17 e 22 de junho. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-02845-2022. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Veja o relatório completo.
Nos números gerais de segundo turno, Lula está na frente de Bolsonaro. O petista tem 48% das intenções de voto, contra 41% do atual ocupante do Palácio do Planalto. Em relação à sondagem feita em maio, a distância entre os dois permanece a mesma - sete pontos percentuais - mas ambos ganharam dois pontos. Aqueles que não sabiam, votavam em branco ou nulo eram 14% há um mês, e agora são 10%.
Maurício Moura, fundador do IDEIA, avalia que o pagamento maior do Auxílio Brasil (no valor que pode chegar a 400 reais) não produziu o efeito esperado na pré-campanha do presidente Bolsonaro, de aumentar as intenções de voto.
"Acredito que a eleição é uma batalha de rejeições. Tanto a rejeição ao PT quanto ao presidente Bolsonaro. Nesse momento, a rejeição ao governo maior proporciona a liderança do Lula, mas quem chegar com uma rejeição menor em outubro será o vencedor”, afirma.
Outra questão sensível na população que ganha menos é também a inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de junho, considerada a prévia da inflação do mês, ficou em 0,69%, no dado divulgado nesta sexta-feira, 24, pelo IBGE. Em 12 meses a alta acumulada é de 12,04%. Um dos produtos que mais subiram foi o diesel, que teve uma alta de 2,83% no IPCA-15 de junho.
O governo tenta aprovar no Congresso Nacional um pacote para reduzir o preço dos combustíveis, um dos itens que mais pressionam a inflação e afeta em maior parte as pessoas das classes C, D e E.
Em uma pergunta da pesquisa EXAME/IDEIA, pouco mais da metade dos brasileiros, 53%, avalia que os principais problemas do país no momento são o desemprego e a inflação. Entre os entrevistados, 10% entendem ser a corrupção, 9% dizem que é a falta de educação, e outros 9% acham ser a falta de saúde, mesma parcela que também citou a fome e a miséria.
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Em uma simulação de primeiro turno, o ex-presidente Lula tem 45% das intenções de voto, e o atual ocupante do Palácio do Planalto aparece com 36%. Ciro Gomes (PDT) tem 7%, e Simone Tebet (MDB), 3%.Os números são de uma pergunta estimulada, em que os nomes são apresentados em forma de lista aos entrevistados.
Essa é a primeira pesquisa EXAME/IDEIA desde que João Doria (PSDB) desistiu de concorrer à Presidência e os tucanos decidiram apoiar a pré-candidatura da senadora pelo Mato Grosso do Sul, Simone Tebet, formando uma chapa da terceira via, que inclui ainda o Cidadania. Na sondagem feita em maio, o ex-governador de São Paulo pontuou 2%. Também houve a definição de que Eduardo Leite, ex-governador do Rio Grande do Sul, vai disputar a reeleição.
Maurício Moura, fundador do IDEIA, destaca que o crescimento de Lula no primeiro turno pode levar a uma definição da eleição. “Há um movimento positivo para o ex-presidente Lula em termos de comparação com o Bolsonaro, mas o mais importante disso é que vemos uma possibilidade maior da eleição acabar no primeiro turno”, afirma.
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