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Pesquisa mostra Brasil otimista, mas despreparado

Brasil ficou sem 2º lugar em relação ao otimismo, mas deixa a desejar na questão do preparo para aposentadoria


	Segundo pesquisa, 41% dos brasileiros acreditam que as perspectivas para futuras gerações de aposentados são piores
 (Patrick Moore / Stock Xchng)

Segundo pesquisa, 41% dos brasileiros acreditam que as perspectivas para futuras gerações de aposentados são piores (Patrick Moore / Stock Xchng)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2015 às 21h46.

Rio de Janeiro - O Brasil, com nota 6,7, ficou em segundo lugar em termos de otimismo em uma pesquisa internacional para avaliar os hábitos de poupança e planejamento para a aposentadoria. Entretanto, os brasileiros demostraram estar despreparados para a aposentadoria.

A pesquisa foi feita em 15 países (Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Hungria, Índia, Japão, Polônia, Reino Unido, Turquia e Polônia) pelo grupo global Aegon.

A média global de otimismo foi 5,9, considerada baixa pelo critério de avaliação. A liderança ficou com a Índia com 7.

Este foi o quarto ano da pesquisa e marca a segunda participação do Brasil. Foram entrevistadas 16 mil pessoas nos 15 países, sendo 14,4 mil trabalhadores ativos e 1,6 mil aposentados, dos quais mil no Brasil. O resultado da pesquisa foi divulgado hoje (27).

O Índice Aegon de Preparo para a Aposentadoria leva em conta aspectos como a responsabilidade pessoal para obter renda na aposentadoria, nível de consciência em relação a esse preparo, formação de poupança, entre outros.

O índice varia de zero a dez. Até a nota seis, significa um preparo fraco para a aposentadoria; entre seis e oito, preparo médio; e de oito a dez, alto preparo.

O superintendente de Projetos Estratégicos da Mongeral Aegon no Brasil, Leandro Palmeira, informou que dos países que integram o grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil e a Índia tiveram as notas mais elevadas, embora elas não reflitam ainda um preparo alto para aposentadoria.

Por serem economias emergentes, os dois países têm fatores em comum, como sistemas de Previdência pública “bem desenvolvidos, generosos e de inclusão social”.

No Brasil, Palmeira destacou, o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), que abrange grande número de indivíduos de diversas faixas de renda recebendo pensões do sistema público. Por isso, boa parte do índice é influenciada pela percepção que as pessoas têm da cobertura que é garantida pela seguridade social.

“O que isso gera de preocupação é que a condição que a gente tem hoje no sistema público de benefícios de Previdência não é sustentável no longo prazo. Existe um sinal amarelo com essa situação, que pode não se sustentar no futuro”, argumentou Palmeira.

Ele lembrou que quando os dados foram coletados, em fevereiro, o país não estava passando pela atual crise, nem havia sido anunciado o ajuste fiscal, que poderá resultar em mudanças na área da Previdência Social.

De acordo com a sondagem, 52% dos brasileiros se mostraram otimistas e acreditam em mudanças positivas no cenário econômico do país nos próximos 12 meses, contra 35% que esperam piora.

Em contrapartida, quando indagados sobre as perspectivas para as futuras gerações de aposentados, 41% dos entrevistados no Brasil disseram que a situação vai piorar.

O principal desafio no contexto do Brasil, na área do preparo para a aposentadoria, está no planejamento, indica a pesquisa.

Dos consultados, 23% disseram ter um plano alternativo de aposentadoria, como um plano de previdência privada ou poupança regular; 47% disseram que sabem como fazer, mas não têm nada registrado; e 28% disseram não ter nenhum planejamento.

Outro fator preocupante, segundo Palmeira, é a falta de planejamento em relação a um plano B, caso a pessoa não consiga ter geração de renda até a idade de aposentadoria: 57% dos entrevistados brasileiros disseram que se forem obrigados a parar de trabalhar antes de se aposentarem, vão precisar resgatar dinheiro das economias.

Outros 24%, em um caso desses, se apoiarão na renda do cônjuge. A pesquisa revela que ainda é pequeno o percentual de pessoas que têm hábito de poupar no Brasil pensando no futuro.

Os poupadores habituais, que têm depósitos em caderneta de poupança ou planos de previdência privada, são 38% do total, com média de 38 anos de idade. Está bem dividido a proporção entre homens (55%) e mulheres (45%) e tem renda média mensal de R$ 4,7 mil.

Outro grupo é o dos aspirantes (22%), que querem poupar, mas ainda não iniciaram esse processo por motivos variados.

Eles têm em torno de 36 anos, são mais mulheres (61%) do que homens (39%) e têm renda mensal de R$ 2,2 mil. Palmeira recomendou que, quanto mais cedo as pessoas comecem a poupar, mais preparadas estarão para a aposentadoria.

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