Temer: "não consigo ver um Congresso que está se desmanchando aprovar algo tão impopular", comentou Velloso sobre a Reforma da Previdência (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 13h47.
Última atualização em 14 de dezembro de 2016 às 13h58.
São Paulo - A proposta de emenda constitucional que limita os gastos públicos, aprovada na terça-feira, 13, no Senado, deve ser a última reforma fiscal conquistada pelo governo Temer, que poderá ser forçado a tentar corrigir as contas públicas via aumento de impostos, avaliou nesta quarta-feira, 14, o consultor econômico Raul Velloso.
Para o especialista em finanças públicas, o Planalto chega enfraquecido à negociação da reforma da Previdência e a perda de capital político aumenta as chances de fracasso do projeto.
"Não consigo ver um Congresso que está se desmanchando aprovar algo tão impopular. O governo está muito fraco e o Congresso será muito pressionado. A fase áurea de tratamento de questão fiscal acabou", comentou Velloso durante seminário promovido na capital paulista pela InterNews.
"Não consigo ver que Congresso e Executivo estejam em condições de ter atuação conjunta necessária para aprovar esse tema", acrescentou.
Segundo Velloso, o governo precisará, então, olhar para o aumento da carga tributária, um caminho que, para ele, é o ideal, mas que esbarra na resistência da sociedade.
Por isso, se for o caso, a equipe econômica terá que propor tributos que incomodem o menos possível, assinalou.