PEC da Transição chega à Câmara nesta semana e pode ser votada na quarta
Expectativa gira em torno do anúncio do relator da proposta na Câmara dos Deputados
Da redação, com agências
Publicado em 12 de dezembro de 2022 às 06h10.
Todas as atenções do mercado se voltarão para o início da análise da PEC da Transição na Câmara dos Deputados nesta semana. A expectativa é de que a votação ocorra na próxima quarta-feira, 14. A proposta assegura recursos fora da regra do teto de gastos e prevê uma nova regra fiscal, por meio de lei complementar, a partir de 2024.
Na sexta-feira, 9, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), determinou que a proposta fosse apensada (juntada) a outra PEC, que está em tramitação mais avançada na Casa. A manobra legislativa, acordada entre PT e Lira, permite que o texto seja analisado diretamente no plenário, sem passar por comissões.
Com esse trâmite acelerado, uma das definições necessárias é o nome do relator da PEC da Transição na Câmara. Até o momento, os nomes dos deputadosElmar Nascimento (União Brasil-BA) e Celso Sabino (União Brasil-AP) despontam como favoritos -- embora Nascimento esteja à frente na disputa já que Sabino é presidente da Comissão Mista do Orçamento (CMO).
No Senado, a PEC foi aprovada na última quarta-feira com 64 votos favoráveis e 16 contrários. Na prática, a proposta amplia o teto de gastos - regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação - em R$ 145 bilhões para pagar o Bolsa Família de R$ 600.
Nas contas de especialistas, alguns "penduricalhos" -- como usar recursos do Pis/Pasep, não reclamados por prazo superior a 20 anos, para custear investimentos fora do teto -- elevam o cálculo para R$ 200 bilhões. Nesse cenário, o déficit primário em 2023 poderia dobrar dos atuais R$ 100 bilhões, estimados antes da aprovação da PEC.
PEC da Transição: recursos para a saúde
Segundo o deputado Marcelo Castro, relator do orçamento de 2023, o texto aprovado pelos senadores permitirá ainda a destinação de R$ 16,6 bilhões para políticas de saúde, entre elas o programa Farmácia Popular; de R$ 6,8 bilhões para o aumento real do salário mínimo; e de R$ 2,8 bilhões para o reajuste salarial de servidores do Poder Executivo.
Os R$ 145 bilhões anuais também não serão considerados para o cálculo da meta fiscal de 2023 e não seguirão a chamadaregra de ouronesse período. Pela Constituição, o governo não pode contrair dívidas para pagar gastos correntes – como salários, material de consumo e contas de água e luz, entre outros.
Com informações da Agência Câmara de Notícias e Estadão Conteúdo.