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PCC recebeu parte dos R$ 138 mi roubados de transportadoras

Para enfrentar as quadrilhas do PCC, o Deic obteve do Comando Militar do Sudeste (CMSE) autorização para usar as armas apreendidas com os criminosos

PCC: para enfrentar as quadrilhas do PCC, o Deic obteve do Comando Militar do Sudeste (CMSE) autorização para usar as armas apreendidas com os criminosos (Eudoxio/Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2016 às 15h32.

São Paulo - O Primeiro Comando da Capital ( PCC ) é o responsável pelos três grandes roubos a empresas de transportes de valores ocorridos nos últimos quatro meses e que renderam pelo menos R$ 138 milhões aos criminosos, segundo as investigações do Departamento de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil de São Paulo.

Os policiais têm uma lista de indícios que ligam as três ações, ocorridas em março, na sede da Protege, em Campinas; em abril, na Prosegur, em Santos; e a última, na semana passada, também na Prosegur, em Ribeirão Preto.

Para os investigadores, os crimes foram planejados pelo mesmo grupo, que reuniria três bandos em uma espécie de consórcio criminoso.

Uma agenda apreendida com ladrões que roubaram a Protege, em Campinas, revelou que o chefe do bando recebeu R$ 2 milhões e uma pequena parte foi dividida entre os demais bandidos que participaram da ação - cada um recebeu até R$ 100 mil.

Dos R$ 48 milhões levados, cerca de R$ 30 milhões foram direto para o PCC, segundo estimativa dos policiais.

A suspeita é que o mesmo aconteceu nos demais roubos. Segundo o delegado Fabiano Barbeiro, dentro do PCC existem grupos especializados em praticar crimes específicos.

"Existe o bandido chamado 'dono do trampo', que tem a informação privilegiada de como conseguir roubar a empresa de transporte.

Ele, junto com outros criminosos da chamada cúpula, contratam outras quadrilhas para executar cada etapa da ação.

Uma cuida do aluguel das armas, outra dos carros blindados, outra do local para guardar os veículos, outra contrata quem sabe detonar explosivos, e assim por diante."

Quando o roubo é bem-sucedido, o "dono do trampo" recebe uma boa parte do dinheiro, enquanto os demais ganham uma porcentagem menor.

O delegado Barbeiro diz que o dinheiro do PCC é investido na compra de drogas e armas na Bolívia e no Paraguai. As armas são mantidas em paióis e alugadas para quadrilhas.

Combate

Para enfrentar as quadrilhas do PCC, o Deic obteve do Comando Militar do Sudeste (CMSE) autorização para usar as armas apreendidas com os criminosos. Os policiais ficam como fiéis depositários de fuzis e metralhadoras.

Para o delegado, os policiais estão se adaptando para enfrentar as estratégias do consórcio de quadrilhas.

Elas usam aplicativos (WhatsApp, por exemplo) para evitar interceptações telefônicas. Assim, os agentes retomaram costumes antigos, como o uso de informantes que se infiltram nos bandos. "Não há nada que impeça o policial de investigar um crime."

Barbeiro traça um perfil das ações dos ladrões: eles alugam casas nas cidades onde preparam os roubos e usam armas das Forças Armadas, como metralhadoras calibre .50, capazes de perfurar blindagens de carros-fortes e derrubar helicópteros, além de fuzis AR-15 e AK-47.

Os bandidos explodem cofres e portões das transportadoras e cercam as entradas principais das rodovias das cidades com homens armados, que incendeiam caminhões para barrar a chegada da polícia.

Em todos os casos, houve longos tiroteios com policiais, e carros blindados foram usados na fuga. Três PMs e dois moradores de rua morreram nas ações.

Até agora, foram recuperados R$ 8,9 milhões, dinheiro que estava em um malote que os bandidos deixaram cair na fuga da Prosegur, em Santos, e quatro criminosos do roubo em Campinas foram presos.

Com André Roberto da Silva, o Dequinha, os policiais acharam maços de dinheiro com perfurações de tiro. Um técnico da Protege disse que as notas eram da sede da empresa.

Samuel Santos e Airton Francisco de Almeida, o Ranfeim, foram presos em um dos carros usados na ação. Com eles foram apreendidos fuzis, um balde com cartuchos, inclusive de .50, radiocomunicadores, coletes à prova de bala e toucas ninja.

Eles eram encarregados de garantir a segurança do bando.

Por fim, com Fábio de Souza, os policiais localizaram mais fuzis e munições. Em outra ação, em maio, o Deic apreendeu, na Cidade Tiradentes, zona leste, sete fuzis, metralhadora .50 e munições. Ninguém foi preso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Os policiais têm uma lista de indícios que ligam as três ações, ocorridas em março, na sede da Protege, em Campinas; em abril, na Prosegur, em Santos; e a última, na semana passada, também na Prosegur, em Ribeirão Preto.

Para os investigadores, os crimes foram planejados pelo mesmo grupo, que reuniria três bandos em uma espécie de consórcio criminoso.

Uma agenda apreendida com ladrões que roubaram a Protege, em Campinas, revelou que o chefe do bando recebeu R$ 2 milhões e uma pequena parte foi dividida entre os demais bandidos que participaram da ação - cada um recebeu até R$ 100 mil.

Dos R$ 48 milhões levados, cerca de R$ 30 milhões foram direto para o PCC, segundo estimativa dos policiais.

A suspeita é que o mesmo aconteceu nos demais roubos. Segundo o delegado Fabiano Barbeiro, dentro do PCC existem grupos especializados em praticar crimes específicos.

"Existe o bandido chamado 'dono do trampo', que tem a informação privilegiada de como conseguir roubar a empresa de transporte.

Ele, junto com outros criminosos da chamada cúpula, contratam outras quadrilhas para executar cada etapa da ação.

Uma cuida do aluguel das armas, outra dos carros blindados, outra do local para guardar os veículos, outra contrata quem sabe detonar explosivos, e assim por diante."

Quando o roubo é bem-sucedido, o "dono do trampo" recebe uma boa parte do dinheiro, enquanto os demais ganham uma porcentagem menor.

O delegado Barbeiro diz que o dinheiro do PCC é investido na compra de drogas e armas na Bolívia e no Paraguai. As armas são mantidas em paióis e alugadas para quadrilhas.

Combate

Para enfrentar as quadrilhas do PCC, o Deic obteve do Comando Militar do Sudeste (CMSE) autorização para usar as armas apreendidas com os criminosos. Os policiais ficam como fiéis depositários de fuzis e metralhadoras.

Para o delegado, os policiais estão se adaptando para enfrentar as estratégias do consórcio de quadrilhas.

Elas usam aplicativos (WhatsApp, por exemplo) para evitar interceptações telefônicas. Assim, os agentes retomaram costumes antigos, como o uso de informantes que se infiltram nos bandos. "Não há nada que impeça o policial de investigar um crime."

Barbeiro traça um perfil das ações dos ladrões: eles alugam casas nas cidades onde preparam os roubos e usam armas das Forças Armadas, como metralhadoras calibre .50, capazes de perfurar blindagens de carros-fortes e derrubar helicópteros, além de fuzis AR-15 e AK-47.

Os bandidos explodem cofres e portões das transportadoras e cercam as entradas principais das rodovias das cidades com homens armados, que incendeiam caminhões para barrar a chegada da polícia.

Em todos os casos, houve longos tiroteios com policiais, e carros blindados foram usados na fuga. Três PMs e dois moradores de rua morreram nas ações.

Até agora, foram recuperados R$ 8,9 milhões, dinheiro que estava em um malote que os bandidos deixaram cair na fuga da Prosegur, em Santos, e quatro criminosos do roubo em Campinas foram presos.

Com André Roberto da Silva, o Dequinha, os policiais acharam maços de dinheiro com perfurações de tiro. Um técnico da Protege disse que as notas eram da sede da empresa.

Samuel Santos e Airton Francisco de Almeida, o Ranfeim, foram presos em um dos carros usados na ação. Com eles foram apreendidos fuzis, um balde com cartuchos, inclusive de .50, radiocomunicadores, coletes à prova de bala e toucas ninja.

Eles eram encarregados de garantir a segurança do bando.

Por fim, com Fábio de Souza, os policiais localizaram mais fuzis e munições. Em outra ação, em maio, o Deic apreendeu, na Cidade Tiradentes, zona leste, sete fuzis, metralhadora .50 e munições. Ninguém foi preso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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