PC do B diz que apoiou Dilma em razão de "identidade" de projetos
O partido também afirmou desconhecer qualquer prática de arrecadação de recursos que tenham sido efetivadas em desrespeito às normas legais
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de março de 2017 às 22h44.
Brasília, 20 - O apoio do PC do B à candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República em 2014 se deveu à "identidade de projetos político-ideológicos", informou a legenda em resposta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O partido também afirmou desconhecer qualquer prática de arrecadação de recursos financeiros que tenham sido efetivadas em desrespeito às normas legais em vigor no País.
A manifestação do partido foi encaminhada ao ministro Herman Benjamin, relator da ação no TSE que apura se a chapa encabeçada por Dilma, de quem Michel Temer (PMDB) foi vice, cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014.
Em depoimento prestado ao TSE no mês passado, o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar afirmou que a empreiteira pagou R$ 7 milhões para cada um desses três partidos: PROS, PC do B e PRB, num total de R$ 21 milhões.
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo apurou, Alexandrino disse ao ministro Herman Benjamin que os pagamentos foram feitos via caixa 2 para garantir o apoio político dessas siglas à chapa que unia PT e PMDB na campanha presidencial de 2014.
"A decisão do PC do B em se coligar com o PT, em apoio à candidatura de Dilma Vana Rousseff, nas campanhas de 2010 e de 2014, decorreu de entendimento quanto à identidade de projetos político-ideológicos, e concordância com os termos do programa das referidas campanhas", informou ao TSE a presidente nacional do PC do B, a deputada federal Luciana Barbosa de Oliveira Santos (PE).
De acordo com Luciana, a arrecadação das receitas para a campanha eleitoral de 2014, assim como em todas as anteriores, foi efetivamente nos termos da legislação, "tendo todas as receitas e as despesas sido declaradas nas respectivas prestações de contas".
Também em resposta ao TSE, o Partido Republicano Brasileiro (PRB) disse nesta segunda-feira não ter recebido caixa 2, propina ou "recurso financeiro proveniente de qualquer origem ilícita" para apoiar a chapa Dilma-Temer.