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Pazuello sugere iniciar vacinação com apenas uma dose de imunizante

Ministro alega que medida seria para "reduzir a contaminação"; a recomendação do fabricante é a aplicação de duas doses com intervalo de 12 semanas entre elas

Pazuello: o ministro disse que o governo federal já adquiriu 2 milhões de doses da AstraZeneca e outras 6 milhões da CoronaVac (Adriano Machado/Reuters)

Pazuello: o ministro disse que o governo federal já adquiriu 2 milhões de doses da AstraZeneca e outras 6 milhões da CoronaVac (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 11 de janeiro de 2021 às 16h00.

Última atualização em 11 de janeiro de 2021 às 16h03.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta segunda-feira que o governo pretende iniciar a vacinação contra covid-19 aplicando uma única dose, em um primeiro momento, de forma a ampliar o número de pessoas vacinadas e reduzir a pandemia, e somente mais adiante realizar a segunda aplicação do imunizante.

Em pronunciamento durante visita a Manaus, que passa por uma grave segunda onda da doença, Pazuello afirmou que o ministério avalia adotar essa estratégia com a vacina da AstraZeneca/Oxford, que será produzida no país em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Segundo o ministro, a aplicação de uma única dose permitiria a proteção de 71% e de duas doses acima de 90%.

"Talvez a gente entre para imunização em massa, é uma estratégia que a SVS (Secretaria de Vigilância em Saúde) vai fazer para reduzir a pandemia. Talvez o foco não seja na imunidade completa e sim na redução da contaminação, e aí a pandemia diminui muito, podendo aplicar a segunda dose na sequência e vai para imunização de 90 e tantos por cento alto", disse.

A estratégia de dar um intervalo maior entre as aplicações da duas doses já está sendo adotada no Reino Unido, que decidiu estipular um prazo de 3 meses entre a primeira e a segunda doses da vacina da AstraZeneca. Inicialmente as duas doses da vacina teriam intervalo de 21 dias.

No pronunciamento, Pazuello reforçou que o governo trabalha com três períodos de início da vacinação no país, sendo o mais otimista com começo a partir de 20 de janeiro e o mais demorado de 10 de fevereiro ao início de março.

O ministro disse que o governo federal já adquiriu 2 milhões de doses da AstraZeneca e outras 6 milhões da CoronaVac, que tem o Instituto Butantan como parceiro no país, para uso emergencial, pendente a autorização de uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No caso da vacina da AstraZeneca, o governo ainda aguarda a chegada de doses da Índia, enquanto as doses da CoronaVac estão em São Paulo.

Mesmo sem o Brasil ter iniciado sua vacinação e ostentando altos índices de contaminação e mortes por Covid-19, Pazuello fez um discurso otimista. Disse que todos os Estados vão receber simultaneamente as vacinas e que o país vai dar "exemplo para o mundo".

"Todos os Estados receberão simultaneamente as vacinas, no mesmo dia. A vacina vai começar no dia D, na hora H. No dia D, na hora H, no Brasil. No primeiro dia que chegar a vacina ou que a autorização for feita, a partir do terceiro ou quarto dia já estará nos Estados e municípios para iniciar a vacinação no Brasil. A prioridade já está dada, o Brasil todo e vamos fazer como exemplo para o mundo", disse.

"Os grupos prioritários já estão distribuídos, os números já estão distribuídos pelas hipóteses 2, 6 ou 8 (milhões) agora para janeiro. Se começar que for 8 (milhões de doses emergenciais), vamos ser o país que mais vai vacinar no mundo. E aí eu quero ver o que vão dizer, qual vai ser a próxima etapa", emendou ele, numa referência a críticas que o governo tem recebido ao programa de imunização do governo.

O ministro defendeu a estratégia de se adquirir vacinas que possam ser fabricadas no país e o tratamento precoce contra o Covid-19.

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