Passagem aérea a R$ 200: como deve funcionar o programa Voa Brasil
De acordo com o ministro Márcio França, uma das ideias é implementar um leilão de bilhetes de assentos que estejam disponíveis dentro dos aviões
Redação Exame
Publicado em 26 de abril de 2023 às 11h57.
Última atualização em 26 de abril de 2023 às 16h27.
No segundo semestre deste ano, o governo deve lançar o programa Voa Brasil que promete reduzir o preço das passagens aéreas no país. A meta é chegar a um custo estimado de R$ 200 por trecho voado. O projeto ainda está em formatação, mas o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, detalhou algumas ideias durante sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado, na terça-feira, 25.
De acordo com o ministro, uma das ideias é implementar um leilão de bilhetes de assentos que estejam disponíveis dentro dos aviões. O modelo seria inspirado em versões europeias e também no que já ocorre com a aviação com a categoria standby. Ela é fornecida a funcionários das companhias aéreas e parentes que compram de última hora passagens mais baratas, caso o lugar não seja vendido. O mesmo ocorre para um passageiro comum que quer fazer um upgrade de categoria.
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Além desse leilão, a proposta central do programa é vender passagens mais baratas a servidores públicos nos três níveis de governo (municipal, estadual e federal) com salários de até R$ 6,8 mil, aposentados e pensionistas da Previdência Social e estudantes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), programa do Ministério da Educação.
Preço geral não deve subir
O ministro Márcio França garante que a passagem não vai ficar mais cara aos demais passageiros, porque o custo de cada trecho é calculado considerando o número de assentos por quilômetro voado. “Quanto mais assentos por quilômetro estiverem preenchidos, mais barato tem que ficar o preço.”
De acordo com o ministério, a intenção é vender esses bilhetes mais baratos fora da alta temporada, em dois períodos: de fevereiro a junho e de agosto a novembro, quando tradicionalmente ocorre uma ociosidade média de 21% nos voos domésticos.
"Com isso, a gente vai acabar barateando todas as passagens, porque na medida em que não tem mais ociosidade, as outras passagens também podem ficar mais baratas”, projeta o ministro.
Funcionamento do Voa Brasil
Os participantes poderão comprar até duas passagens por ano, com direito a um acompanhante em cada trecho. Os bilhetes deverão ser pagos em até 12 vezes com juros, no valor de até R$ 72 para cada prestação.
França esclarece que o governo federal não vai entrar com subsídio. "Vai entrar com a organização”. As vendas serão feitas nos sites das próprias companhias aéreas, que devem exibir a opção do programa Voa Brasil. Os interessados que se enquadrarem nos critérios para participar do programa poderão realizar a compra, que será intermediada pela Caixa Econômica e pelo Banco do Brasil.
O que dizem as companhias aéreas
Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) diz que está acompanhando a proposta do governo e tem se colocado à disposição para contribuir no debate.
"Desde o início do ano, a Abear e suas associadas mantêm diálogo constante com o Ministério de Portos e Aeroportos sobre o cenário do setor aéreo e as possíveis soluções para o crescimento do número de passageiros e destinos atendidos.”
Em entrevista à EXAME nesta quarta-feira, 26, o CEO da Gol, Celso Ferrer, disse que a companhia teme que haja uma "canibalização" nos preços das passagens por meio do programa.“Hoje a Gol já faz passagens a menos de R$ 200, então é preciso evitar uma canibalização”, disse ele.
(Com Agência Brasil)