Aeronave da Gol fazia voo de Rio a São Paulo (Reprodução/Instagram)
Agência de notícias
Publicado em 14 de outubro de 2023 às 16h23.
Uma turbina de avião explodiu durante um voo no Brasil na última segunda-feira (9). A aeronave da Gol faria o trajeto do Rio de Janeiro a São Paulo, suspenso após o problema ocorrido ainda na decolagem. O barulho assustou passageiros, incluindo Sabrina Charello, de 21 anos, que filmava a vista do céu e capturou, por acaso, a cena assustadora.
"Estava tudo normal, até que a gente ouviu um barulho extremamente alto, realmente como se algo tivesse explodido, e a gente sentiu que o avião deu uma baqueada, dançou um pouco. No mesmo momento, os pilotos emitiram o alerta de apertar os cintos e permanecer sentados, e calmos. Mas para mim e minha família, e creio que para todos os passageiros, foi um momento extremamente tenso. Além da explosão ter sido muito alta, o avião desestabilizava muito", lembrou Sabrina.
Segundo a passageira, durante o voo, não foi informado oficialmente aos passageiros o que havia acontecido. Mas as conversas entreouvidas deram conta do recado: em um momento, aeromoças comentaram entre si que teria explodido um motor do avião; em seguida, funcionários da Gol fora de serviço fizeram o mesmo relato. Como a máquina estava a apenas cerca de 20 minutos no ar, a decisão do piloto foi de retornar ao Rio de Janeiro.
O voo tinha saído do Aeroporto Santos Dumont, mas o pouso emergencial aconteceu no Galeão.
"Mesmo tendo pousado de novo, a sensação era de pânico. A gente ficou horas e dias em estado de pânico, com medo. Sem contar que tivemos que pegar outro avião para chegar ao destino final. A sensação de entrar num avião de novo depois daquilo foi horrível. Eu me tremia inteira, minha mãe orava. Não tem como a gente ter controle disso", contou Sabrina.
As memórias da viagem à turismo para o Rio ficaram amargas. Os problemas com a Gol não começaram, nem terminaram neste intervalo de cerca de uma hora entre a decolagem e o pouso de emergência no voo G3 1023.
Segundo Sabrina, a passagem comprada para deixar a cidade era para um voo às 6h30 de segunda-feira. A conexão seria em São Paulo, mas o destino final era Curitiba, onde mora. Cerca de 12 horas antes da partida, no entanto, ela foi avisada que a viagem tinha sido remarcada para 13h30, o que afetaria a jornada de trabalho de sua mãe, na segunda-feira.
Após a explosão da turbina e o retorno do voo ao Rio, Sabrina ficou cerca de três horas em uma fila para ter seu retorno à Curitiba remarcado.
"Ainda no voo, os funcionários falaram que tinha uma equipe preparando salas pra nos acolher no aeroporto. Mas não tinha. Esperamos num guichê, em uma fila gigantesca por cerca de três horas, para nos realocarem em outros voos", relatou ela, que só conseguiu voar novamente às 21h10.
"Nessas sete horas de espera, só nos deram um voucher de R$ 30, para comer em um buffet que custava R$ 47. A gente teve que tirar do nosso bolso o valor a mais pra pagar nosso alimento. E tiveram pessoas que nem conseguiram ser realocados para voos ao destino final no mesmo dia. O atendimento foi péssimo."
Procurada, a GOL confirmou que o voo G3 1023, entre Santos Dumont (SDU) e Congonhas (CGH), na segunda-feira (9), apresentou um problema técnico no motor após a decolagem e teve que retornar para o Galeão (GIG). A empresa garantiu que "a tripulação cumpriu os procedimentos previstos e a aeronave pousou normalmente".
"Em relação aos motores das aeronaves da frota, a GOL reforça que cumpre à risca o programa de manutenção preventiva recomendado pelo fabricante, aprovado e auditado pelas autoridades de aviação civil. Além disso, adota medidas adicionais para alcançar os mais altos níveis de qualidade e confiabilidade, o que inclui um monitoramento em tempo real dos parâmetros de cada motor de suas aeronaves tanto pela GOL quanto pelo fabricante", afirmou em nota.
A companhia aérea também informou que os clientes impactados receberam o devido atendimento e foram realocados em outros voos com destino à Congonhas.