Junto com o salário dos parlamentares a ideia é também elevar o salário dos ministros de Estado e do presidente da República (Arquivo/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2010 às 22h01.
Os parlamentares deverão aprovar o aumento no valor de seus próprios salários até o final deste ano. O vice-presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), propôs a criação de um grupo de trabalho para analisar as propostas em discussão. Os deputados e os senadores recebem atualmente cerca de R$ 16,5 mil mensais.
A pressão na Câmara é para equiparar os salários dos parlamentares com o dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), atualmente de R$ 26,7 mil por mês. A equiparação dos salários dos parlamentares com os vencimentos de ministros do STF significaria um aumento de 61,83%.
"O tema dos salários está na pauta. Há intenção dos líderes de pautar o tema até o final do ano, mas não há ação mais concreta" afirmou Maia. Ele disse que a proposta é fazer o reajuste salarial dentro do orçamento da Casa. Para isso, uma das sugestões é reduzir a verba de gabinete de R$ 60 mil por mês, valor que cada deputado tem para pagar funcionários contratados sem concurso público.
Para evitar críticas e desgaste político, outra alternativa em estudo pelos deputados é o corte de parte dos benefícios, como as verbas usadas com passagens aéreas e com telefone.
Junto com o salário dos parlamentares a ideia é também elevar o salário dos ministros de Estado e do presidente da República, atualmente de R$ 11.420,21 brutos, o menor salário entre os chefes dos três Poderes.
Os deputados e os senadores recebem R$ 16.512 mil, mas são 15 salários por ano. Os ministros recebem R$ 10,4 mil por mês. Em 2007, os parlamentares reajustaram seus salários em 28,5%, que repunha a inflação acumulada de quatro anos. Foi também o último aumento concedido ao Presidente e aos ministros de Estado.
O reajuste salarial foi discutido em almoço do presidente da Câmara e vice-presidente da República eleito, Michel Temer (PMDB-SP), com os integrantes da Mesa Diretora, depois da manifestação dos líderes partidários a favor do aumento, ontem, em reunião para tratar da pauta de votação da Câmara.