a PRF informou que adota providências para o retorno da normalidade do fluxo desde o início das interdições (Wagner Meier/Getty Images)
Da redação, com agências
Publicado em 31 de outubro de 2022 às 20h15.
A Polícia Rodoviária Federal informou que os pontos de interdições, bloqueios ou manifestações em rodovias do País subiram de 211 às 16h30 para 236 às 18h43. A movimentação começou ainda na madrugada de segunda-feira, logo após a confirmação dos resultados da eleição presidencial.
Uma série de bloqueios passou a ser relatada nas redes sociais em vários pontos do Brasil a partir das primeiras horas desta manhã. Em vídeos que circulam nas redes sociais, manifestantes contestam a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lula venceu o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), com 50,9% dos votos e voltará ao cargo em janeiro para um terceiro mandato.
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Há ocorrências em 20 Estados e no DF, ante 16 do boletim anterior.
O maior número de bloqueios é registrado em Santa Catarina, com 42, e o de interdições em Mato Grosso do Sul, com 32. Mais cedo, a PRF informou que adota providências para o retorno da normalidade do fluxo desde o início das interdições.
Desde a noite de ontem, após a derrota eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), manifestantes interditam rodovias pelo País. Há registro de envolvimento de caminhoneiros e produtores rurais nos atos, mas são majoritariamente organizados por "populares", segundo a PRF.
A PRF disse, em nota no início da tarde, que está atuando para liberar as rodovias. "Desde ontem, quando surgiram as primeiras interdições, a PRF adotou todas as providências para o retorno da normalidade do fluxo, direcionando equipes para os locais e iniciando o processo de negociação para liberação das rodovias".
A instituição diz que está "priorizando o diálogo, para garantir, além do trânsito livre e seguro, o direito de manifestação dos cidadãos, como aconteceu em outros protestos."
Um grupo de manifestantes pró-Bolsonaro interditou a Marginal Tietê no sentido Ayrton Senna nesta segunda-feira, 31. Apoiadores do presidente estenderam uma faixa contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo a Companhia de Engenharia de Trafego (CET), a ação teve início por volta das 15h30. Neste momento, uma das faixas está liberada. Outras duas seguem ocupadas. A Polícia Militar acompanha o protesto.
Em São Paulo, há registros de protestos em três pontos de duas rodovias federais, segundo a Polícia Rodoviária Federal.
Na BR-116, nos trechos próximos a Pindamonhangaba e Embu das Artes, o tráfego está bloqueado nos dois sentidos, com registros de pneus incendiados. Já no trecho próximo ao município de Jacareí cerca de 30 manifestantes interromperam a pista sentido norte. A PRF negocia a liberação de uma das faixas.
Na BR-153, na região de São José do Rio Preto, 30 manifestantes se concentram à margem da rodovia. Outros pontos já foram liberados pela PRF.
O Ministério Público Federal (MPF) pediu na tarde desta segunda-feira, 31, que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informe as medidas adotadas para desmobilizar os bloqueios de caminhoneiros nas estradas após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O órgão questiona o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, sobre as providências para "garantir a manutenção do fluxo nas rodovias federais". Também pede a relação completa dos trechos onde há interdições e as ações em curso em cada caso. O prazo para resposta é de 24 horas.
O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como "Chorão" e que foi um dos líderes da greve dos caminhoneiros de 2018, gravou um vídeo criticando as paralisações e dizendo que caminhoneiros precisam lugar "pela categoria" e reconhecer o resultado das eleições.
"Eu quero me colocar aqui, através da Abrava, reconhecer a eleição, a democracia desse país, parabenizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela sua vitória", disse Chorão no vídeo, publicado em suas redes sociais. "Não é o momento de parar esse país, precisamos estar alinhados, precisamos lutar pelo nosso segmento."