Paralisação dos caminhoneiros: PRF confirma 211 bloqueios em estradas
A Polícia Rodoviária Federal registrou bloqueios em ao menos 16 estados. Paralisações começaram após vitória de Lula nas eleições presidenciais
Carolina Riveira
Publicado em 31 de outubro de 2022 às 16h54.
Última atualização em 31 de outubro de 2022 às 16h55.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirma que há registro de pelo menos 211 bloqueios em rodovias pelo Brasil até pouco antes de 17h desta segunda-feira, 31. A movimentação começou ainda na madrugada, logo após a confirmação dos resultados da eleição presidencial.
Uma série de bloqueios passou a ser relatada nas redes sociais em vários pontos do Brasil a partir das primeiras horas desta manhã. Em vídeos que circulam nas redes sociais, manifestantes contestam a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lula venceu o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), com 50,9% dos votos e voltará ao cargo em janeiro para um terceiro mandato.
Os bloqueios já atingem ao menos 16 estados:
- Alagoas
- Amazonas
- Acre
- Rio Grande do Norte
- Roraima
- Maranhão
- Rio Grande do Sul
- Santa Catarina
- Paraná
- Minas Gerais
- Rio de Janeiro
- Mato Grosso
- Mato Grosso do Sul
- Rondônia
- Pará
- Goiás
- São Paulo
- Distrito Federal.
Pela manhã, pouco antes das 10h, a PRF informava que haviam sido registrados, até o momento, pelo menos 70 situações de "bloqueio" ou "aglomeração", segundo a instituição.
A PRF disse, em nota no início da tarde, que está atuando para liberar as rodovias. "Desde ontem, quando surgiram as primeiras interdições, a PRF adotou todas as providências para o retorno da normalidade do fluxo, direcionando equipes para os locais e iniciando o processo de negociação para liberação das rodovias".
A instituição diz que está "priorizando o diálogo, para garantir, além do trânsito livre e seguro, o direito de manifestação dos cidadãos, como aconteceu em outros protestos."
AGU diz que PRF pode agir sem autorização
A PRF informou que havia acionado nesta segunda-feira a Advocacia Geral da União para autorizar atuação no caso, "como forma de garantir pacificamente a manutenção da fluidez nas rodovias federais brasileiras".
A AGU, por sua vez, disse que foi acionada pela PRF em alguns estados, mas que a política pode atuar sem autorização. “É importante destacar que existem pareceres jurídicos da instituição que autorizam atuação de ofício das Polícias, sem demandar autorização judicial, como ocorreu em 2018, por ocasião da greve dos caminhoneiros”, disse a AGU.
Líder da greve de 2018 se diz contrário à paralisação
O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como "Chorão" e que foi um dos líderes da greve dos caminhoneiros de 2018, gravou um vídeo criticando as paralisações e dizendo que caminhoneiros precisam lugar "pela categoria" e reconhecer o resultado das eleições.
"Eu quero me colocar aqui, através da Abrava, reconhecer a eleição, a democracia desse país, parabenizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela sua vitória", disse Chorão no vídeo, publicado em suas redes sociais. "Não é o momento de parar esse país, precisamos estar alinhados, precisamos lutar pelo nosso segmento."