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Para VEJA, Temer diz que orientou Cunha a pensar em renúncia

Em entrevista para a Revista VEJA, o presidente interino afirmou que aconselhou Cunha a "meditar" sobre renúncia


	Presidente interino Michel Temer durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Presidente interino Michel Temer durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 2 de julho de 2016 às 12h34.

São Paulo - Em entrevista para a revista VEJA desta semana, o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), admitiu que aconselhou o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a “meditar” sobre a proposta de renúncia ao cargo.

"Eu não dou muito palpite. É uma invasão nas questões mais íntimas dele. Mas, evidentemente, quando ele me contou isso [que queriam que ele renunciasse], eu disse: 'Você deveria meditar a esse respeito'", afirmou o presidente interino.

Cunha, que foi afastado do exercício de seu mandato em maio deste ano, tem hoje poucas chances de se livrar de uma provável cassação – principalmente depois de novo desdobramento da operação Lava Jato revelar que o peemedebista teria recebido 80% da propina de esquema de corrupção do Fundo de Investimento do FGTS.

O presidente afastado da Câmara dos Deputados é alvo de três denúncias apresentadas ao Supremo Tribunal Federal. Em duas delas já foi considerado réu pelos magistrados. Ontem, o ministro Teori Zavascki (STF) decretou a quebra de sigilo telefônico de Cunha.

No último domingo, o deputado afastado se encontrou com Michel Temer. Para a revista VEJA, o presidente interino afirmou considerar curiosas as críticas que recebeu por causa do encontro.

“Aqui você não pode conversar com certas pessoas. É o caso de Cunha. Mas, veja, ele é deputado, embora afastado é presidente da Câmara, é do meu partido, ficou muito tempo envolvido nas questões todas (...). Veio conversar um pouco sobre o cenário político e a posição dele”, afirmou Temer.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, interlocutores do presidente interino já consideram Cunha como uma figura tóxica para o governo em exercício. 

Sobre Dilma

Temer voltou a justificar a limitação de voos com aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) da presidente afastada Dilma Rousseff com o argumento de que ela estaria usando o aparato estatal para fazer campanha contra o Executivo federal.

“Você tem transporte aéreo para funções atinentes ao governo”, disse. “Ficava esdrúxulo que a senhora presidente usasse o aparato governamental para fazer campanha contra o governo”.

O presidente interino endossou também que não pretende concorrer às eleições presidenciais de 2018. “Não preciso mais disso, com toda franqueza. Acho que já cumpri o meu papel”, disse. 

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