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Para Polícia, dançarino não foi morto por bala perdida

Segundo Polícia Civil, tiro que matou Douglas Rafael foi disparado de propósito em sua direção

Moradores caminham na comunidade do Pavão-Pavãozinho após os tumultos desta terça-feira, em Copacabana, Rio de Janeiro (Pilar Olivares/Reuters)

Moradores caminham na comunidade do Pavão-Pavãozinho após os tumultos desta terça-feira, em Copacabana, Rio de Janeiro (Pilar Olivares/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2014 às 20h46.

Rio - O tiro que atingiu e matou o dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, de 26 anos, foi disparado de propósito em sua direção, concluiu a Polícia Civil. O delegado Gilberto Ribeiro, da 13ª Delegacia de Polícia (DP), descartou ontem que o rapaz tenha sido atingido por bala perdida.

"Se você quer chegar à conclusão de que uma bala perdida atingiu Douglas, que estava passando lá atrás, é impossível. Tirar essa conclusão é viagem", disse o responsável pela investigação das mortes de DG e de Edilson da Silva dos Santos, de 27 anos.

O corpo do dançarino foi encontrado na manhã de terça-feira no pátio de uma creche no morro Pavão-Pavãozinho (Copacabana, zona sul do Rio), junto a um muro com 10 metros de altura. Ele foi enterrado ontem à tarde. Após o sepultamento, protesto realizado por moradores da favela e black blocs causou tumulto nas ruas de Copacabana.

Já prestaram depoimento à Polícia Civil oito dos dez PMs que participaram de um suposto confronto com traficantes horas antes de o corpo de DG ter sido descoberto.

Segundo Ribeiro, todos negaram ter atirado no dançarino. Contudo, disseram que viram um vulto pulando o muro traseiro da creche. O delegado afirmou que não há contradições nos depoimentos dos PMs. As armas que utilizaram foram apreendidas e enviadas à perícia balística.

A princípio não é possível confirmar que DG foi torturado ou espancado, disse o delegado. "Não podemos sustentar que houve tortura, mas vamos nos aprofundar. A priori, não há indicação de espancamento." Também já foram interrogados um irmão de criação de Edilson Santos, um adolescente que o socorreu e PMs que o levaram ao Hospital Miguel Couto, onde já chegou morto.

Santos foi baleado na cabeça durante o protesto de moradores do Pavão-Pavãozinho, na noite de terça, que terminou em tiroteio e confusão na favela e no bairro. Investigadores da Corregedoria da PM e da 13ª realizaram ontem perícia complementar na creche Lar de Pierina, onde DG morreu.

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