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Para Lula, sombras de Marina e Serra fortalecem Dilma

Ex-presidente considerou rivais como "sombras" que fortalecem a candidatura à reeleição da presidente

Ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva recebe, em sessão solene na Câmara dos Deputados, medalha Suprema Distinção
 (Valter Campanato/ABr)

Ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva recebe, em sessão solene na Câmara dos Deputados, medalha Suprema Distinção (Valter Campanato/ABr)

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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2013 às 20h27.

Brasília - Reunido em almoço com parte da bancada aliada do Senado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou, em tom de ironia, a ex-senadora Marina Silva (PSB) e o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) como "sombras" que fortalecem a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Segundo participantes do encontro ouvidos pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, na avaliação de Lula causará confusão na cabeça do eleitor o fato de Marina aparecer na frente nas pesquisas de intenção de voto para presidente e o candidato ser o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). A mesma análise se estende em relação ao senador Aécio Neves (PSDB), que hoje aparece atrás do ex-governador José Serra (PSDB) nas pesquisas. "Como podem as sombras serem maiores do que os titulares", disse Lula, segundo parlamentares presentes no almoço.

A colocação do petista levou alguns dos senadores a questionarem se ele também não faria sombra para a presidente Dilma Rousseff. Lula teria respondido que não vai disputar a presidência em 2014 porque Dilma já teria mostrado que tem brilho próprio. O ex-presidente deixou, entretanto, o recado de que estava fazendo ginástica duas horas por dia, demonstrando estar disposto para uma disputa em 2018. O alvo da mensagem na avaliação de alguns senadores da base seria Eduardo Campos, que inicialmente contaria com o apoio de Lula, mas apenas após uma possível reeleição de Dilma.

No almoço, que contou com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, possível candidato do PT para a disputa ao governo de São Paulo, Lula também negou que tenha conversado com o ex-prefeito da capital paulista Gilberto Kassab (PSD) sobre a disputa estadual de 2014. Segundo presentes no almoço, Lula considera Kassab candidato ao governo de São Paulo, por isso, não teria motivo para oferecer uma aliança na chapa com o PT.

Rede de arrasto

O líder do PT na Câmara dos Deputados, José Guimarães (CE), disse que o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde desta terça, no plenário da Casa, foi um recado para o PT e seus aliados sobre o que ele pensa de uma proposta de reforma política. "Ele defendeu a reforma política fortemente, o que me deixou muito contente", afirmou Guimarães.

Para Guimarães, o ex-presidente também foi "duro e corajoso" ao defender o Parlamento. "Foi uma coisa muito forte", avaliou.

Após o discurso, Lula foi até a sala da liderança do PT na Casa, onde havia uma festa de aniversário preparada pelos petistas, já que ele completou 68 anos no último domingo. O local estava decorado com bexigas vermelhas e fotos de Lula com funcionários do PT e deputados. Segundo Guimarães, o ex-presidente observou que o espaço cresceu nos últimos anos e que não era mais "o cubículo" de quando ele era deputado Constituinte. Na hora de cortar o bolo, o aniversariante disse aos petistas que "a política não estava derrotada".

A passagem de Lula pelo Congresso causou tumulto pelos corredores. O ex-presidente conversou com funcionários e visitantes, tirou fotos e posou com a bancada do partido na escadaria da Câmara dos Deputados. "Até funcionários da liderança da oposição vieram ver quando ele passou. Era uma verdadeira rede de arrasto", comparou Guimarães.

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