Para Joaquim Barbosa, alegação do impeachment "é fraca"
"A alegação é fraca e causa desconforto. Descumprimento de regra orçamentária é regra de todos os governos da nação", disse o ex-presidente do STF em SC
Rita Azevedo
Publicado em 22 de abril de 2016 às 16h27.
São Paulo — O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa , disse nessa sexta-feira (22) que sente um "mal estar" com a fundamentação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e que a alegação "é fraca e causa desconforto". As declarações foram dadas em um evento em Santa Catariana e publicadas pelo Diário Catarinense.
"A alegação é fraca e causa desconforto. Descumprimento de regra orçamentária é regra de todos os governos da nação. Não é por outro motivo que os estados estão quebrados. Há um problema sério de proporcionalidade. Não estou dizendo que ela não descumpriu as regras orçamentárias. O que estou querendo dizer é que é desproporcional tirar uma presidente sobre esse fundamento num país como o nosso", afirmou Barbosa.
"Vão aparecer dúvidas sobre a justeza dessa discussão. Mais do que isso, essa dúvida se transformará em ódio entre parcelas da população. Quanto à justeza e ao acerto político dessa medida tenho dúvidas muito sinceras".
Novas eleições
O ex-ministro também defendeu a realização de novas eleições presidenciais. "Organizem eleições, deixem que o povo resolva. Deem ao povo a oportunidade de encontrar a solução. A solução que propus é uma transição conduzida pela própria presidente. Mas ela já perdeu o timing", afirmou.
Barbosa disse ainda que Dilma "não soube conduzir o país": "Ela não soube exercer a liderança que se espera de um chefe de Estado. Agiu como se governasse apenas para o seu grupo político e para os seus aliados políticos na ocasião. Ela não soube se comunicar com a nação, fez péssimas escolhas, cometeu erros imperdoáveis num governante dessa estatura".
São Paulo — O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa , disse nessa sexta-feira (22) que sente um "mal estar" com a fundamentação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e que a alegação "é fraca e causa desconforto". As declarações foram dadas em um evento em Santa Catariana e publicadas pelo Diário Catarinense.
"A alegação é fraca e causa desconforto. Descumprimento de regra orçamentária é regra de todos os governos da nação. Não é por outro motivo que os estados estão quebrados. Há um problema sério de proporcionalidade. Não estou dizendo que ela não descumpriu as regras orçamentárias. O que estou querendo dizer é que é desproporcional tirar uma presidente sobre esse fundamento num país como o nosso", afirmou Barbosa.
"Vão aparecer dúvidas sobre a justeza dessa discussão. Mais do que isso, essa dúvida se transformará em ódio entre parcelas da população. Quanto à justeza e ao acerto político dessa medida tenho dúvidas muito sinceras".
Novas eleições
O ex-ministro também defendeu a realização de novas eleições presidenciais. "Organizem eleições, deixem que o povo resolva. Deem ao povo a oportunidade de encontrar a solução. A solução que propus é uma transição conduzida pela própria presidente. Mas ela já perdeu o timing", afirmou.
Barbosa disse ainda que Dilma "não soube conduzir o país": "Ela não soube exercer a liderança que se espera de um chefe de Estado. Agiu como se governasse apenas para o seu grupo político e para os seus aliados políticos na ocasião. Ela não soube se comunicar com a nação, fez péssimas escolhas, cometeu erros imperdoáveis num governante dessa estatura".