Para Jife, não há indícios da existência de laboratórios de cocaína no Brasil
Em apenas dois meses, pelo menos 11 laboratórios de produção de cocaína foram descobertos no país pela Polícia Federal e por polícias estaduais em operações de 2010
Da Redação
Publicado em 2 de março de 2011 às 08h05.
Brasília – Para a Junta Internacional de Fiscalização a Entorpecentes (Jife), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), não há indícios de que existam laboratórios de fabricação de cocaína em territórios brasileiro. Estudo da entidade, divulgado hoje (2), aponta que a proximidade entre o Brasil e a África Ocidental fez com que o país se tornasse atrativo para as organizações sul-americanas envolvidas no tráfico de drogas.
Em 2010, em apenas dois meses, pelo menos 11 laboratórios de produção de cocaína foram descobertos no país pela Polícia Federal e por polícias estaduais em diversas operações. Os laboratórios são usados para transformar a pasta-base de coca, importada de outros países, no produto final a ser consumido pelos brasileiros, seja o cloridrato de cocaína (cocaína em pó) seja a pedra de crack, um subproduto da coca.
De acordo com o estudo, em 2008 foram destruídos cerca de 10 mil laboratórios de processamento de cocaína na Bolívia, na Colômbia e no Peru. Nos últimos anos, também foram desmantelados laboratórios de cocaína na Argentina, Venezuela, no Chile e Equador. Em 2009, as autoridades equatorianas desmantelaram um dos maiores laboratórios de fabricação de cocaína encontrados no país, com capacidade para fabricar 20 toneladas da droga por mês.
Segundo a Jife, o Brasil continua sendo uma das principais rotas para remessas de drogas aos Estados Unidos e a países da África e Europa. Além disso, o relatório destaca o crescimento do consumo de crack no território brasileiro.
“O governo tem tomado medidas para conter o abuso dessa substância. Em maio de 2010, o governo desenvolveu um plano de ação contra o abuso do crack e de outras drogas. No âmbito desse plano, o governo alocou recursos consideráveis para a adoção de medidas contra o tráfico de drogas, principalmente nos municípios das regiões de fronteira, ”, diz o estudo.