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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
Washington - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, acusou a China - sem mencionar o nome do país - de pôr em risco a recuperação global. Os avanços conseguidos até agora poderão ser solapados, segundo ele, se os países superavitários impedirem a valorização de suas moedas e não basearem seu crescimento mais amplamente no mercado interno.
A descrição ajusta-se perfeitamente ao caso chinês. Geithner discursou na abertura da assembleia do Fundo Monetário Internacional (FMI). Seu pronunciamento foi o mais duro e o mais direto. Conseguir um crescimento mundial mais equilibrado é o desafio central deste momento, disse o secretário, "e nenhum país poderá superá-lo sozinho".
Para o ministro Guido Mantega, o problema cambial é subproduto da "lenta retomada do crescimento nos países avançados". Os governos desses países tomaram medidas para reativar suas economias mas não tiveram sucesso. Diante disso, aumentaram os estímulos monetários, emitindo mais dinheiro. As emissões têm resultado em maior desvalorização de suas moedas. O Feed (banco central dos EUA) já anunciou a intenção de lançar mais dólares no mercado, lembrou Mantega numa entrevista no fim da tarde. A emissão será feita por meio da compra de títulos públicos em circulação.
Há meses o ministro brasileiro vem atribuindo às autoridades americanas a responsabilidade pela desordem cambial, por ele descrita como guerra. O governo chinês, segundo sua interpretação, somente reagiu à desvalorização do dólar, nos últimos dois anos. Sua análise não menciona a velha política chinesa, anterior à crise, de manutenção do yuan depreciado.
Mantega usou a expressão "guerra cambial" pela primeira vez há pouco mais de uma semana. Há de fato uma guerra, insistiu ele, embora seja um conflito não declarado. Só se pode resolver o problema de forma coletiva, acrescentou, e para isso os foros adequados são o Grupo dos 20 (G-20) e o FMI.
Ontem, o dólar caiu 1,13% no Brasil e fechou a R$ 1,66, a menor cotação em dois anos. O câmbio deve ser um dos assuntos mais quentes na reunião de hoje do Comitê Monetário e Financeiro do FMI. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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