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O ministro do Trabalho, Helton Yomura, foi afastado do cargo e o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, assumiu interinamente a pasta do Trabalho

Helton Yomura: o ministro do Trabalho afastado deixa sede da Polícia Federal, em Brasília; ele optou por permanecer em silêncio no depoimento (Adriano Machado/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2018 às 07h06.

Última atualização em 6 de julho de 2018 às 07h43.

Embraer fecha negócio com Boeing

Após meses de negociação, a fabricante de aviões brasileira Embraer assinou memorando de entendimento com a Boeing para formação de joint-venture contemplando os negócios e serviços de aviação comercial, informaram as companhias na manhã desta quinta-feira. Pelos termos do acordo, a Boeing deterá 80% da companhia resultante da transação, enquanto a Embraer ficará com os 20% restantes, de acordo com o comunicado. A transação avalia a totalidade das operações de aviação comercial da Embraer em 4,75 bilhões de dólares, com a Boeing desembolsando 3,8 bilhões de dólares pelos 80% de participação no negócio, disseram as companhias. A notícia do acerto fez as ações da companhia caírem 14,29%, maior queda diária desde julho de 2016, em meio a um movimento de realização de lucros dos investidores.

Ministro afastado; Padilha assume

O ministro do Trabalho, Helton Yomura, foi afastado do cargo nesta quinta-feira (5) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento num esquema de concessões irregulares de registros sindicais pelo ministério. A terceira fase da Operação Registro Espúrio, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal nesta quinta-feira, também prendeu três pessoas e cumpriu mandado de busca e apreensão na Superintendência Regional do Trabalho no Rio de Janeiro, no Ministério do Trabalho e na Câmara dos Deputados. Yomura se negou a fornecer à PF a senha de acesso de um telefone celular apreendido pelos investigadores, e optou por ficar em silêncio, conforme orientação de sua defesa, que disse não ter tido acesso ao teor da investigação. A decisão de afastar Yomura foi do ministro Edson Fachin, relator das investigações da Operação Espúrio. Fachin também determinou a prisão do chefe de gabinete do ministro afastado, Julio de Souza Bernardes, do chefe de gabinete do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), Jonas Antunes Lima, e do superintendente do Ministério no Rio de Janeiro, Adriano José Lima Bernardo. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, assume interinamente a pasta do Trabalho.

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Marun suspeito

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-MS), um dos principais aliados do presidente Michel Temer, também é suspeito de estar envolvido com a suposta organização criminosa que fraudava os registros sindicais no Ministério do Trabalho. De acordo com o jornal, a Polícia Federal pediu autorização para cumprir mandado de busca e apreensão em endereços de Marun e de sua chefe de gabinete, mas a Procuradoria-Geral da República entendeu que não havia provas de que o emedebista integrava a organização criminosa. O ministro Edson Fachin, autor do despacho que afastou Yomura, concordou com o posicionamento da PGR, mas destacou trechos que reforçam as suspeitas sobre Marun.


De ex-ministro a réu (de novo)

O ex-ministro Henrique Alves (MDB) se tornou réu na noite da quarta-feira (4). O juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, aceitou denúncia do Ministério Público contra Alves pelo crime de lavagem de dinheiro. Alves é acusado de ocultar, em paraísos fiscais, 1,6 milhão de reais em propina desviados da obra do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. De acordo com a denúncia, a Construtora Carioca transferiu, a pedido do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB), a propina para uma offshore da qual Alves era beneficiário, chamada Bellfield, em 2011. Na ação, os procuradores da República afirmam que Henrique Eduardo Alves, “de forma consciente e deliberada, a fim de dissimular a origem dos recursos ilícitos transferidos à offshore Bellfield”, voltou a transferir esse dinheiro — dessa vez, para contas em Dubai (nos Emirados Árabes Unidos) e no Uruguai. Hoje, o ex-ministro está preso em regime domiciliar por causa de outros processos.

Consumidor não confia

A confiança do consumidor em junho foi a pior em dois anos, informou nesta quinta-feira (5) a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) registrou queda de 3,8% na passagem de maio para junho, atingindo 98,3 pontos. A queda de junho é a maior em dois anos, desde abril de 2016, quando o Inec ficou em 97,5 pontos. A média histórica do indicador é 107,8 pontos. O recuo ocorreu pela piora nas expectativas dos consumidores. Mais brasileiros acreditam que a inflação vai aumentar e o emprego e a renda vão diminuir. O índice de expectativa em relação à inflação recuou 10,1% em junho ante o mês anterior, o indicador de expectativa de desemprego caiu 8,4% e o de índice de perspectiva em relação à própria renda está 4,4% menor. Quanto menor o dado, maior a parcela dos consumidores mais preocupada com a evolução futura dos preços, do emprego e de sua renda.

Dólar: patamar mais alto em dois anos

O dólar fechou em alta nesta quinta-feira, no maior patamar em mais de dois anos e a caminho da casa de 3,95 reais, após a divulgação da ata do banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve, que reforçou a percepção de mais elevações nos juros do país ainda neste ano. A moeda americana avançou 0,55%, a 3,9344 reais na venda, maior nível de fechamento desde 1º de março de 2016 (3,9411 reais), e depois de ir a 3,9416 reais na máxima deste pregão. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50% no final da tarde.

Envenenamento longe do passado

O ministro do Interior do Reino Unido, Sajid Javid, afirmou que “não há evidências” de que os dois britânicos envenenados com o agente tóxico Novichok na cidade de Amesbury tenham visitado as áreas nas quais os Skripal estiveram em Salisbury. O esclarecimento feito nesta quinta-feira (5) vem depois de veículos de imprensa britânicos apontarem hoje que a intoxicação de Charlie Rowley e Dawn Sturgess pudesse ter ocorrido porque os trabalhos de limpeza realizados em Salisbury foram insuficientes, após o ataque ao ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha, Yulia, em março. Os dois britânicos continuam internados desde sábado (dia 30 de junho) em estado grave no hospital Salisbury District, o mesmo em que os Skripal foram tratados, após terem sido encontrados inconscientes. Javid afirmou que os investigadores trabalham com a hipótese de que o casal teve contato com o agente tóxico “em outro lugar”. O serviço britânico de proteção sanitária (PHE, na sigla em inglês) pediu à população que tome medidas de higiene como precaução ao visitar os locais onde estiveram os dois intoxicados.

EUA liberam reunião de família brasileira

A Corte Federal de Chicago, nos Estados Unidos, autorizou a liberação do menino Diego, que poderá retornar para os cuidados de sua mãe, Sirlei Silveira. Os dois estão separados desde o dia 24 de maio, quando uma ação do governo americano determinou a separação de famílias de imigrantes que entraram irregularmente no país. Diego estava em um abrigo em Chicago. Antes de ser transferido, Diego estava em um centro de detenção no estado do Texas, e sua mãe estava presa, acusada de entrar ilegalmente no país. A separação dos dois é um dos 51 casos de crianças brasileiras separadas dos pais pelo governo dos Estados Unidos. Estima-se que 3.500 crianças imigrantes tenham sido separadas de suas famílias, pela mesma mudança na política migratória do país.

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