Brasil

Pacote fiscal enfrentará resistência no Congresso

Na avaliação de líderes de partidos da base, a maior dificuldade será aprovar as medidas que afetam o funcionalismo público

Congresso: a oposição reúne hoje cerca de 120 deputados (Harvey Meston/Getty Images)

Congresso: a oposição reúne hoje cerca de 120 deputados (Harvey Meston/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de novembro de 2017 às 21h13.

Brasília - O pacote fiscal enviado pelo governo enfrentará resistência não só da oposição como da própria base aliada no Congresso Nacional.

Na avaliação de líderes de partidos da base, a maior dificuldade será aprovar as medidas que afetam o funcionalismo público.

Integrante da base, o líder do PSD na Câmara, Marcos Montes (MG), afirma que a maior resistência deve ser à proposta que aumenta de 11% para 14% a alíquota previdenciária de servidores que ganham acima do teto do INSS, de R$ 5.531,31.

"A questão do adiamento do reajuste (para janeiro de 2019) pode ser mais fácil, porque, com a crise, muitas categorias até da iniciativa privada não tiveram reajuste. Então, temos base para discurso. Já a alíquota previdenciária é mais difícil", disse Montes, que comanda a quinta maior bancada da Casa, com 38 deputados.

O líder do PR, deputado José Rocha (BA), também prevê que o governo enfrentará muita dificuldade para aprovar as propostas que atingem os servidores públicos.

"O momento não aconselha decidir sobre matérias desse nível", disse o político baiano, que integra a sexta maior bancada da Casa, com 37 deputados.

A oposição, que hoje reúne cerca de 120 deputados, já anunciou que é contra as duas medidas que atingem o funcionalismo público.

"O governo está fazendo um super arrocho no funcionalismo, reduzindo brutalmente os salários dos servidores", disse o líder do PT, Carlos Zarattini (SP).

Opositores, porém, já se declararam favoráveis à proposta tributação de fundos exclusivos, mas pretendem propor alterações.

"A medida, em si, é positiva, mas pode ser ampliada", declarou o líder petista. Segundo ele, o PT deve apresentar medidas propondo uma "tributação mais ampla".

Tramitação

Como o pacote fiscal foi enviado pelo governo por meio de medida provisória (MP), a primeira etapa da tramitação dele no Congresso Nacional será em uma comissão mista formada por deputados e senadores.

Responsável por cuidar de MPs, o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), diz que as propostas serão analisadas em dois colegiados: um para tratar as medidas que atingem o funcionalismo e outrora analisar a MP de tributação dos fundos.

Das comissões mistas, as matérias seguirão para o plenário da Câmara e, em seguida, para o do Senado. Para serem aprovadas, basta terem apoio da maioria simples dos parlamentares presentes no plenário de cada Casa no momento.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCongressoGoverno TemerOposição políticaPolítica no BrasilPolíticos brasileirosSenado

Mais de Brasil

PGR vai ao STF para se manifestar contra ação do PT que questiona privatização da Sabesp

Geadas podem atingir RJ, SP e MG, e Inmet alerta para baixa umidade em 13 estados; veja previsão

Tremores de terra em SP: moradores da capital sentem efeitos de terremoto no Chile

FGTS pode ser descontado do salário?

Mais na Exame