Pacheco avalia que o governo tem direito de se posicionar, mas sem comprometer a independência e governança das companhias (Jefferson Rudy/Agência Senado/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 11 de março de 2024 às 06h52.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que o governo federal precisa observar "limites" na atuação em empresas que tem participação como acionista, como a Vale. Pacheco avalia que o governo tem direito de se posicionar, mas sem comprometer a independência e governança das companhias.
— Se a União é parte interessada como acionista, em tese é legítimo ao governo se posicionar, mas deve compreender seus limites de atuação considerando a governança das empresas e a independência delas. Não digo que o governo os ultrapassou porque não conheço a situação. Digo apenas que eles precisam ser observados — declarou Pacheco ao GLOBO
Questionado se Congresso poderia reagir de alguma maneira as interferências, o presidente de Senado disse não há necessidade de uma ação parlamentar.
— É uma questão mais de limites éticos do que de carência legislativa. Não conheço as situações concretas e não me cabe opinar. Isso toca às empresas e seus acionistas e conselheiros — disse.
No fim de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a atuação da Vale e afirmou que a empresa precisa "prestar contas ao Brasil". A declaração ocorreu em meio a uma nova ofensiva do governo para tentar emplacar um nome alinhado no comando da empresa, que foi privatizada na década de 1990.
O diretor-presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, manterá seu cargo até dezembro. Entretanto, a decisão não deve afastar as tentativas do Palácio do Planalto de influenciar a sucessão, na avaliação conselheiros e analistas. Isso porque a lista tríplice que será levada ao colegiado por uma empresa de recrutamento terá de passar pelo crivo de integrantes do conselho alinhados ao governo.