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Os indícios que a Lava Jato tem contra a Odebrecht até agora

A 14ª fase da Operação Lava Jato colocou a Odebrecht, a maior empreiteira do país, no centro do escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras. Entenda os indícios que a polícia tem contra a empresa, e o que diz a empreiteira.


	Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht foi preso na Operação Lava Jato
 (Bloomberg)

Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht foi preso na Operação Lava Jato (Bloomberg)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 26 de junho de 2015 às 10h15.

São Paulo – Deflagrada na última sexta-feira, a 14ª fase da Operação Lava Jato colocou a Odebrecht, a maior empreiteira do país, no centro do escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras.

Batizada de Erga Omnis (que significa “vale para todos”), a ação prendeu executivos da empreiteira, dentre eles o presidente Marcelo Odebrecht. Também foram presos executivos da Andrade Gutierrez.

Veja a seguir os indícios que a Operação Lava Jato tem até agora contra a Odebrecht e o que a empresa tem a dizer:

Delação 1

Um dos indícios contra a Odebrecht, segundo as investigações, é que a empresa aparece em depoimentos de delatores da Operação Lava Jato.

Em um dos seus depoimentos, o delator Dalton Avancini, executivo da Camargo Corrêa, falou sobre a propina paga pela Camargo Corrêa e disse que o dinheiro também era fornecido por outras empresas, dentre elas a Odebrecht.

Delação 2

A suspeita de que a Odebrecht estaria envolvida no esquema de corrupção é reforçada por outra delação. Em um dos seus depoimentos, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que recebia dinheiro da Odebrecht em contas no exterior.

Ainda segundo o delator, foi um executivo da empreiteira, Rogério Santos de Araújo, quem sugeriu que ele abrisse uma conta no exterior para receber o dinheiro. Costa disse ainda que a transações tinham o envolvimento do doleiro Bernando Freiburghaus, que vive na Suíça.

Delação 3

Outra delação que aponta para o envolvimento da Odebrecht no esquema é a de Rafael Angulo Lopes, o “carregador de malas” do doleiro Alberto Youssef.

De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, Lopes disse à Lava Jato que o doleiro recebia comprovantes de depósitos feitos pela empreiteira no exterior. Ele inclusive apresentou alguns desses comprovantes aos investigadores.

O próprio doleiro Alberto Youssef disse à Justiça que operacionalizou pagamentos de propina para a Odebrecht.

E-mail

Um dos principais indícios de envolvimento da empresa no esquema de corrupção na Petrobras, segundo a polícia, é uma troca de e-mails entre executivos da empresa, que inclui o presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht.

Na mensagem, o executivo Roberto Prisco Ramos fala sobre “um sobrepreço” num contrato de sondas (veja o e-mail completo). 

Segundo a investigação, o e-mail reforça a tese de que a Odebrecht tinha poder de decisão no esquema.

Bilhete

Preso desde a última sexta-feira, o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, escreveu um bilhete que chamou a atenção da polícia. Apreendida na carceragem da Polícia Federal, a mensagem falava em “destruir” o e-mail sobre as sondas.

Segundo a advogada de Odebrecht, Dora Cavalcanti, o bilhete foi mal interpretado. Ela disse que o verbo "destruir" foi usado no sentido de "explicar" ou "rebater" o conteúdo do e-mail sobre sondas.

Para a Odebrecht, o delegado da Polícia Federal (Eduardo Mauat, que integra a força-tarefa da Operação Lava Jato), 'infelizmente optou por dar publicidade e ares de escândalo em um bilhete com simples orientações do cliente para seus advogados'. A empreiteira diz que o delegado feriu 'a proteção da relação que a Lei garante a todos os cidadãos brasileiros'.

O que diz a Odebrecht?

A empresa nega veementemente envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

Em comunicado publicado na segunda-feira nos principais jornais do país, a Odebrecht nega que haja cartel nos contratos com a Petrobras, e explica o termo “sobrepreço”, usado no e-mail.

Segundo a empresa, a palavra é uma expressão que significa "remuneração contratual”. A expressão vem do termo em inglês “cost plus fee” e é “usual no mercado”, explica.

A empresa também considerou desnecessárias as prisões de seus executivos. 

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