Os grandes perdedores destas eleições
Celso Russomanno foi de favorito em SP a um mero terceiro lugar. Outros políticos importantes, que acreditavam em um segundo turno, também saíram derrotados
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2012 às 16h24.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h16.
São Paulo - Desde os meados de agosto, ele liderava com folga as pesquisas eleitorais para Prefeito do maior colégio eleitoral do país, indicando que poderia dar fim à rixa PT-PSDB em São Paulo . No meio de setembro, enquanto José Serra brigava com Fernando Haddad no horário eleitoral, Celso Russomanno (PRB) detinha 35% das intenções de voto; Serra, 19%; Haddad, apenas 15%. Mas com os 1,3 milhão (21,60%) que conseguiu neste domingo, Russomanno sai como o grande derrotado das eleições municipais. Não chegou nem ao segundo turno, quando durante a campanha tudo o que se discutiu era quem o enfrentaria em 28 de outubro. Na manhã deste domingo, o candidato da Igreja Universal e antigo repórter da Rede Record atribuiu aos ataques dos advesários sua recente queda nas pesquisas e o surgimento de denúncias ligadas à sua campanha.
A presidente Dilma Rousseff deu a honra de sua presença em dois palanques: de Fernando Haddad, em São Paulo, e Patrus Ananias, na capital mineira. Mas enquanto o primeiro era o xodó de Lula, a presidente tinha mais a perder com a derrota de Patrus em Belo Horizonte , cidade onde ela nasceu e reduto político do possível adversário em 2014, o senador Aécio Neves. A candidatura do petista, antigo Ministro de Desenvolvimento Social no governo Lula, foi a razão do rompimento do (estranho) casamento entre PT e PSDB na capital mineira, que, juntos, tinham eleito o agora adversário Márcio Lacerda em 2008. Entre o começo de setembro até a eleição, Patrus até chegou a crescer 5 pontos percentuais, mas não foi o suficiente para o segundo turno em um importante colégio eleitoral do país, onde a disputa tem contornos nacionais.
Com 28,15% dos votos válidos, Marcelo Freixo, do PSOL, conseguiu um feito impressionante: saiu de apenas 8%, segundo pesquisa do Ibope do fim de agosto, até alcançar neste domingo os 914 mil votos no Rio de janeiro . Foi mais do que recebeu o verde Fernando Gabeira, que também concorreu com Eduardo Paes (PMDB), em 2008, como lembrou o próprio Freixo após reconhecer a derrota. Ao contrário de Gabeira, no entanto, ele não chegou ao segundo turno, já que os demais candidatos a prefeito, como o democrata Rodrigo Maia, tiveram votação quase inexpressiva e insuficiente para evitar que Paes alcançasse mais que 50% dos votos válidos. Assim, Freixo - que inspirou o deputado Diogo Fraga, do filme Tropa de Elite 2, e teve uma reconhecida atuação frente à CPI das Milícias, na assembleia do Rio - acabou como o grande derrotado do pleito carioca.
A derrota de Humberto Costa representa o fim da hegemonia do PT na capital de Pernambuco, que já durava 12 anos. Abandonado pelo ex-presidente Lula - que dedicou todo o seu tempo para não sofrer uma derrota em São Paulo - Humberto Costa, junto com Patrus Ananias, é o grande perdedor petista. Atualmente senador - era líder do partido na Casa - Costa chegou, segundo o Ibope, a liderar as intenções de voto até agosto, mas acabou em terceiro lugar, com menos de 18% dos votos válidos.
Luciano Ducci (PSB), atual prefeito de Curitiba , deve ter levado um baita susto quando começaram as apurações das urnas neste domingo. Todas as pesquisas apontavam sua participação no segundo turno contra Ratinho Jr, do PSC. Mas logo de cara o que se viu foi a ascensão de Gustavo Fruet, do PDT, que muitos já consideravam até fora da disputa. Assim, por perder a reeleição - apesar do governo bem avaliado e contando com o apoio do governador Beto Richa - Ducci é um dos grandes perdedores destas eleições municipais.
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