Raquel Dodge enfrenta primeiros dilemas sobre orçamento da PGR
A futura procuradora-geral da República participa de reuniões que debatem, entre outras pautas, um reajuste nos salários dos procuradores da República
EXAME Hoje
Publicado em 25 de julho de 2017 às 06h44.
Última atualização em 25 de julho de 2017 às 07h47.
Nestas terça e quarta-feira, a futura procuradora-geral da República, Raquel Dodge, participa de reuniões do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que debatem, entre outras pautas, um reajuste de 16% nos salários dos procuradores da República e o orçamento de operações do Ministério Público Federal, como a Lava-Jato . O assunto extra pauta depende da presença de Rodrigo Janot, que também preside o CNMP, na reunião.
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O pedido de aumento foi encaminhado pela Associação Nacional de Procuradores da República em momento de orçamento restrito para o país. As verbas de custeio do MPF estão comprometidas em cerca de 80% com salários de servidores. A decisão de hoje impacta diretamente o que haverá de disponível para o dia a dia das investigações. O órgão também “perdeu” 48 milhões de reais do que tinha previsto em caixa para o ano que vem por revisão dos índices de inflação para cumprir o teto de gastos.
O Ministério Público da União havia previsto impacto de 258,6 milhões de reais para a medida. Os procuradores da República reclamam, contudo, que não tiveram aumento em três anos. A ANPR diz que “nada resolverá” adiar a questão, pois os anos adiante serão “ainda mais duros” e não é prudente “enfraquecer a instituição”. O novo salário para o procurador-geral da República é de 39.293,38 reais, com efeito cascata para procuradores.
Na semana passada, Dodge havia enviado um ofício com 40 perguntas ao CNMP questionando a contenção de recursos ao MPF. Perguntou por que apenas 522.655 reais foram destinados à Lava-Jato em Curitiba, uma vez que o pedido era de 1,65 milhão de reais. Janot rebateu, dizendo que o orçamento para a operação estava “garantidíssimo”, mas houve revisão pela inflação. “É prioridade da procuradoria na minha gestão. Se vai ser na dela, eu não sei”, disse Janot. Teremos a oportunidade de saber, nesta semana, qual a prioridade de Raquel Dodge.