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Operadores da Odebrecht irão depor em ação da chapa Dilma-Temer

Os nomes dos ex-executivos, que atuavam no departamento de propinas, foram citados no depoimento de cerca de 4 horas do ex-presidente Marcelo Odebrecht

Eleição 2014: com isso, serão sete delatores da empreiteira a serem ouvidos na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Valter Campanato/Agência Brasil)

Eleição 2014: com isso, serão sete delatores da empreiteira a serem ouvidos na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Valter Campanato/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de março de 2017 às 13h35.

Curitiba e São Paulo - Os ex-executivos Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho e Luiz Eduardo Soares, que atuavam no departamento de propinas da Odebrecht, também vão ser ouvidos na ação judicial eleitoral que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, eleita em 2014.

Os nomes dos dois foram citados no depoimento de cerca de 4 horas do ex-presidente da Odebrecht e delator Marcelo Odebrecht nesta quarta-feira, dia 1º.

Com isso, serão sete delatores da empreiteira a serem ouvidos na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), em curso no Tribunal Superior Eleitoral, aberta a pedido do PSDB contra a chapa Dilma/Temer.

A ação pode levar à perda de mandato do presidente Michel Temer (PMDB). Nesta quinta-feira, 2, serão ouvidos Benedicto Junior e Fernando Reis, e na próxima segunda-feira, 6, Cláudio Melo Filho e Alexandrino de Salles Ramos de Alencar.

De acordo com Marcelo Odebrecht, quando os ex-ministros da Fazenda de Dilma, Guido Mantega e Antonio Palocci, solicitavam recursos para a empreiteira, acertados previamente com ele, o pedido era encaminhado para Hilberto Mascarenhas, líder do departamento de propinas e responsável por operacionalizar os repasses.

Com essa e outras citações aos executivos, tanto a defesa de Dilma quanto a de Temer concordaram que os dois devem ser ouvidos também na ação. Ainda não há, contudo, data marcada para o depoimento de Hilberto e Soares.

Hilberto era o líder do Setor de Operações Estruturadas - nome oficial do departamento responsável pelos pagamentos ilícitos do Grupo Odebrecht.

Era ele quem dava a ordem sobre a realização dos pagamentos, registrados na contabilidade paralela da empreiteira por meio de codinomes e apelidos para se referir a políticos e operadores responsáveis pelas transações que ocorriam tanto no Brasil quanto no exterior.

Tanto ele quanto Luiz Eduardo Soares já são investigados em primeira instância na Lava Jato em Curitiba e apontados como responsáveis por controlar também pagamentos da empreiteira do exterior via offshores.

Abaixo de Hilberto na hierarquia do setor, Luiz Eduardo Soares era responsável por receber pedidos de líderes empresariais e diretores de todos os braços da Odebrecht para operacionalização de pagamento de propina, vinculados à obtenção de obras públicas pela empreiteira, em contas no exterior.

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